Soja Brasil

Empresa faz lançamento conjunto de inseticida e fungicida para soja

Ihara detalha produtos e anuncia estudos com novas moléculas para seguir plano de expansão no mercado de defensivos para múltiplas culturas

percevejo SOJA
Percevejo na soja. Foto: Roberta Silveira/Canal Rural

Os percevejos são, atualmente, o principal grupo de pragas da soja. A afirmação é do doutor em entomologia, Clerison Perini, em evento promovido pela Ihara nesta segunda-feira (20), em São Paulo.

Segundo ele, dez mil insetos a cada hectare – número comum em lavouras que não fazem o controle precoce – têm o potencial de gerar perdas produtivas de até uma saca. “Se formos considerar os 43 milhões de hectares de soja semeados nesta safra no Brasil, estaríamos falando em 43 milhões de sacas a menos do grão”, projeta.

O percevejo marrom é o principal a atingir a cultura, ocasionando perdas de seis bilhões de reais a cada ciclo. “É importante lembrar que as ninfas possuem efeito destruidor maior do que os insetos adultos, em uma relação de 70% – 30% de danos, respectivamente”.

Para munir o produtor rural de mais uma ferramenta de controle, a Ihara apresentou o Terminus, novo inseticida que também conta com proteção contra percevejo barriga-verde, que afeta o milho e causa, no momento, efeito ainda mais destruidor, com perdas econômicas em torno de nove bilhões de reais.

De acordo com o gerente de Marketing Regional da companhia, Roberto Rodrigues, o novo produto permite que o agricultor inicie o controle logo nas primeiras colonizações. Assim, conforme as aplicações, é possível reduzir ou até eliminar a incidência. “Esse novo inseticida proporciona melhor performance de choque rápido, combatendo o alvo imediatamente”, declara.

Conforme pesquisas que Perini conduziu com o produto na safra 2021/22, a eficácia total contra ninfas foi de 83% em uma plantação com média de 2,7 espécimes por metro quadrado.

Novo fungicida para a soja

Lançamento Ihara
Foto: Divulgação Ihara

O Consórcio Antiferrugem identifica, até o dia 21 de março, 270 casos de ferrugem asiática na soja nesta safra 2022/23. Por enquanto, o Paraná é o estado mais afetado pela doença, com 83 ocorrências, seguido de Mato Grosso do Sul, com 57 registros.

Na safra 2021/22, no mesmo período, 291 casos haviam sido reportados, o que mostra que, na média, os números estão praticamente estáveis entre uma temporada e outra. Com o objetivo de auxiliar o produtor a reduzir esses índices no próximo ciclo, a Ihara vai colocar à disposição o Sugoy, fungicida com tripla ação.

Segundo Rodrigues, o diferencial da nova tecnologia é que ela já vem com protetor embutido, ou seja, o agricultor não precisa fazer a mistura de tanque, dando mais segurança e gerando menos desperdícios durante a aplicação.

Outras doenças, grandes perdas

Quando se fala em perdas produtivas na soja, a cabeça do produtor pensa, quase que imediatamente, em ferrugem asiática. Para ilustrar esses números, o pesquisador em fitopatologia e sócio-proprietário da Proteplan, Ivan Pedro, fez um comparativo entre as safras 2002/03 com a 2017/18.

Na primeira, o prejuízo causado pelo fungo no Brasil foi de 737 milhões de dólares, conforme levantamento da Embrapa. Já na mais recente, esse número alcançou a cifra de 2,8 bilhões de dólares.

No entanto, outras doenças e pragas trazem grandes danos à cultura e, de acordo com Pedro, estão cada vez mais presentes na soja, o que suscita a necessidade de controle precoce e manejo integrado. Assim, segundo ele, estudos já possibilitam quantificar esses danos, dependendo da incidência. Acompanhe:

  • Mancha-parda: redução de três a seis sacas por hectares
  • Antracnose: perdas entre 15% a 30% por hectares
  • Cercóspera: entre sete a nove sacas a menos
  • Mancha-alvo: diminuição entre 10% e 25%
  • Mofo-Branco: decréscimo superior a 30%

Lançamentos futuros

lavoura de soja
Foto: Divulgação Ihara

Planejando lançar novas alternativas de combate a essas e outras doenças que afetam a soja a cada safra e vencendo a resistência de pragas a produtos já consagrados no mercado, a Ihara anunciou que, atualmente, possui 24 novas moléculas em estudo que podem, eventualmente, gerar a mesma quantidade de futuras tecnologias.

Desta forma, a multinacional pretende continuar seu plano agressivo de lançamentos. Apenas nos últimos dois anos, foram apresentados 22 produtos, incluindo os da linha de pastagem, segmento que a empresa inaugurou atividades no ano passado.

“São dez anos de estudo para desenvolver uma nova molécula e seguimos o padrão de mercado, que indica, atualmente, maior demanda para a soja. Então, grande parte dos futuros lançamentos deverão ser para esta cultura”, sinaliza o diretor de marketing da companhia, André Nannetti.