Agricultura

Governo do Paraná decreta emergência devido à estiagem

O decreto do Paraná autoriza os órgãos estaduais a atuarem, sob a coordenação da Defesa Civil, em ações de resposta ao desastre

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), decretou nesta quinta-feira (30) emergência em todo o território do estado devido à estiagem prolongada desde a metade de 2019 e agravada no último trimestre de 2021.

O decreto de duas páginas diz que “em decorrência do desastre, estão caracterizados danos humanos, ambientais e consequentes prejuízos econômicos públicos e privados de grande vulto, impactando diretamente a população, especialmente nas áreas rurais, com desabastecimento de água inclusive para dessedentação de animais”.

O decreto autoriza os órgãos estaduais a atuarem sob a coordenação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, nas ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução. Ficam dispensados de licitação os contratos de compra de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras para a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo de 180 dias, que é o período de vigência do decreto.

Vários municípios do Paraná estão em alerta e outros enfrentam rodízio de abastecimento de água. É o caso da Região Metropolitana de Curitiba, que volta a ter rodízio na terça-feira (4), após uma trégua de doze dias. O nível dos reservatórios que abastecem a região está em 66% nesta quinta-feira (30), mas a Sanepar alerta para o uso racional, priorizando a alimentação e higiene pessoal.

Impacto da estiagem na agricultura

No último dia 22, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgou o último relatório mensal do ano e apontou quebra de 12% na safra de soja, 13% na de milho de verão e 10% na de feijão, devido à estiagem.

Nesta semana, o Canal Rural apurou que a produção de soja pode ter 50% a 60% de comprometimento em alguns municípios do oeste, como em Palotina, Terra Roxa, Assis Chateaubriand e Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná.

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Bombeiros combatem o incêndio em Quedas do Iguaçu. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Incêndios

A seca também favorece a formação e proliferação de incêndios. Uma reserva ambiental de 1.000 hectares em Quedas do Iguaçu, a 500 km de Curitiba, está queimando desde domingo (26).

No entanto, a chuva que atingiu a região de Quedas do Iguaçu na tarde de quarta-feira (29) ajudou a eliminar focos do incêndio ambiental que está consumindo uma área de preservação ambiental desde o sábado (25). Conforme novo boletim da força-tarefa que atua para combater o fogo, houve “arrefecimento da temperatura, aumento da umidade relativa da região e a eliminação de grande parte dos focos”.

Agora as equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil de Quedas do Iguaçu, Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar do Paraná e voluntários trabalham na verificação e extinção completa dos focos, principalmente na região em torno da Barragem de Salto Osório, no Rio Iguaçu, que tem uma área de preservação ambiental com árvores maiores e uma grande extensão. Também trabalham no combate e rescaldo em troncos de árvores que estão queimando. “Devido ao seu grande diâmetro há uma grande dificuldade de eliminar tais focos”, informou o boletim da força-tarefa.

Na quarta-feira (29) a Polícia Militar participou da operação e fez a prisão em flagrante de um homem que estava fazendo a queima ilegal da vegetação. Mais de 600 hectares foram queimados.

De acordo com o meteorologista Lizandro Jacóbsen do Simepar, as chuvas espalhadas com maior abrangência no Paraná só devem chegar entre os dias 3 e 5 de janeiro, mas não em grande volume. Já é um alento para as regiões castigadas pela falta de chuvas.