Soja Brasil

Ihara planeja lançamento de cerca de 10 defensivos para este ano

Empresa também pretende investir valor recorde em programa de distribuição de EPIs para pequenos e médios agricultores

Para combater os principais detratores da produtividade na lavoura de diversas culturas, mas com destaque especial à soja e ao milho no Brasil, a Ihara pretende lançar neste ano cerca de nove produtos, entre inseticidas, fungicidas, biológicos e herbicidas. Com isso, supera a sua média dos últimos cinco anos, quando 25 novas soluções passaram a fazer parte de seu portfólio.

A empresa, quase sexagenária, também vem trabalhando com mais de 20 novos ingredientes ativos para somar, aproximadamente, 40 produtos nos próximos anos. Segundo o gerente de Marketing Regional, Bruno Lucas, as raízes japonesas da companhia estimulam a contínua apresentação de novas tecnologias no mercado brasileiro.

“Por termos acionistas japoneses, muitas vezes somos os primeiros a receber uma nova molécula, uma nova tecnologia para testar no Brasil e trazer uma solução mais rápida aos produtores no que eles enfrentam no dia a dia, suas dificuldades, para que possam produzir mais e melhor. O Japão é o país que mais desenvolve tecnologias em defensivos agrícolas no mundo e suas soluções neste setor são mais direcionadas”, acredita.

Fábrica da Ihara
Fábrica da Ihara em Sorocaba (SP). Empresa completa 57 anos em 2022. Foto: Divulgação

Entre as novidades que a Ihara destaca para este ano está o Hayate, inseticida voltado ao combate das principais lagartas de difícil controle na soja e no milho e que têm causado grandes prejuízos nas últimas safras. “O registro inicial do Hayate é para a Spodoptera e Helicoverpa para a cultura do milho. Na soja, os alvos primários são para helicoverpa e lagarta falsa-medideira. As novas inclusões de alvo do inseticida vão contemplar, também, o gênero Spodoptera, presente na cultura da soja”, detalha o consultor de Desenvolvimento de Produtos da empresa, Rudmar Spannenberg.

Segundo ele, outra ferramenta que estará à disposição do produtor de soja é o Convence FS, voltado ao tratamento de sementes. “Algumas pragas, como a lagarta-elasmo, que ocorre nessa fase inicial, podem reduzir o estande de uma lavoura. O Convence FS protege a planta exatamente nesta fase inicial e veio para complementar o uso do Certeza N”, indica, em referência ao fungicida cuja ação também protege contra nematoides na oleaginosa e no milho.

Evitando perdas

A agricultura brasileira tem uma perda anual de dois bilhões de reais por conta da ferrugem asiática, sendo que estimativas dão conta que outros oito bilhões são perdidos no processo, ou seja, o quanto a indústria deixa de faturar por não beneficiar o grão. Desta forma, o uso de defensivos ajuda a evitar prejuízos vultuosos. “Uma lagarta desfolhadeira, por exemplo, pode causar perdas de até 25% de produtividade na soja. Já uma lagarta que atua na fase reprodutiva da oleaginosa, seja na flor ou na vagem, como a Spodoptera e a Helicoverpa, ocasionam perdas ainda maiores, visto que o dano é direto, chegando a até 40% se o ataque for severo e o controle não for feito”, explica Lucas.

Spannenberg lembra que também é necessário colocar na conta as perdas por mato competição, que são as plantas daninhas concorrendo com a cultura principal. “Dependendo dessa pressão no campo, da época em que ocorre e do nível de infestação, existem estudos que atestam a perda de até metade da produtividade se o controle desses detratores de produtividade não for feito”, declara.

Capacitação e segurança

Outra ação destacada pela Ihara em 2022 são os dez anos do programa Cultivida, que leva treinamento aos agricultores sobre o uso correto e seguro de defensivos. Neste ano, a empresa pretende investir R$ 15 milhões para distribuir 600 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para pequenos e médios agricultores.

Bruno Lucas enfatiza que durante os cinco primeiros anos do programa foram percorridos 21 municípios em todo o Brasil, beneficiando mais de cinco mil profissionais da agricultura com treinamentos e capacitação de cerca de dois mil agentes de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para identificação de eventuais casos de intoxicação por defensivos agrícolas em geral.

Nos últimos cinco anos, o programa distribuiu gratuitamente mais de um milhão de EPIs. “Hoje, o Cultivida está presente em todo o território brasileiro, principalmente em áreas com pequenas propriedades e agricultura familiar”, destaca o gerente de marketing.