Soja Brasil

Produção de 15 milhões de ton de soja no RS é vista como otimista

Prejuízo financeiro pela estiagem que atingiu as lavouras do estado pode ser de 7 bilhões de reais, avalia hEDGEpoint Global Markets

soja seca
Vagem de soja seca. Foto: Pixabay

Prejudicado pelo fenômeno La Niña durante o verão, período crucial para o desenvolvimento da soja, o agronegócio do Rio Grande do Sul ainda sofre os efeitos da seca. Resultado disso: cerca de 200 municípios em situação de emergência.

Durante o verão, período crucial para o desenvolvimento da soja, o efeito La Niña prejudicou as plantações, indica a hEDGEpoint Global Markets. Com clima quente e ausência de chuvas, os grãos semeados por volta de outubro e novembro de 2022 tiveram dificuldades para crescer e amadurecer até a época de colheitas, entre janeiro e abril.

“Mesmo com chuvas no radar e já se manifestando em algumas regiões, ainda é difícil visualizar um bom cenário para os produtores”, indica o gerente sênior de Relacionamento da empresa, Eduardo Três.

Quebra de produção e prejuízos financeiros

A expectativa inicial de produção de 22 milhões de toneladas de soja em solo gaúcho caiu para 15 milhões de toneladas. De acordo com o especialista, se esse número se mantiver, será uma excelente notícia. A respeito dos prejuízos financeiros, estima-se perda de 6 a 7 bilhões de reais para a economia do estado.

“Apesar de o principal impacto ser no bolso do agricultor, toda a cadeia econômica acaba sendo afetada. É um valor que deixa de chegar ao estado e circular no comércio, serviços e outros”, observa.

No Brasil, quatro estados são responsáveis por 70% da produção de grãos no país: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Entre eles, Mato Grosso é o maior produtor e o Rio Grande do Sul, o quarto no ranking nacional. Mesmo assim, a soja segue como uma das protagonistas na economia do estado sulista.

Exportações de soja

soja - exportação - usda - anec - abiove
Foto: Agência Brasil

Já são três anos seguidos de fenômeno La Niña no verão, período de crescimento da soja. No entanto, mesmo com a estiagem, as exportações de grãos do agronegócio brasileiro atingiram o maior valor da série histórica em 2022.

Isso porque houve queda no volume embarcado, mas aumento nos preços médios dos itens. A venda de trigo e o estoque de soja (da safra 20/21) compensaram a quebra de safra 21/22. Contudo, com a volta da seca no verão 22/23, já fica mais complicado ter estimativas de aumento, seja em volume ou em valores, avalia a hEDGEpoint.

“Como a precificação da soja depende também de oferta e demanda, quando há pouca oferta o preço pode subir. E nesse caso, o Centro-Oeste deve suprir as demandas, pois lá o clima é mais previsível e já se consolida uma nova safra recorde em 22/23”, considera o especialista.