Sojicultores já estimam 20% de perdas por falta de chuvas

No município de Primavera do Leste, em Mato Grosso, algumas áreas estão passando por sérios apuros. Há relatos de plantações extremamente debilitadas, veja o vídeo!

André Anelli, de Primavera do Leste (MT)
Alguns produtores de soja do município de Primavera do Leste, em Mato Grosso já registram perdas nas lavouras, por falta de chuvas. Em muitos casos as plantas já morreram e em outros estão tão debilitadas que dificilmente se recuperarão.

Na lavoura de Marcos Bravin o matagal predomina. As poucas plantas de soja que resistiram, se desfazem na mão de tão fragilizadas. Isso é consequência dos mais de 20 dias sem chuvas. Em algumas localidades de Primavera do Leste, o produtor já estima uma quebra de safra de pelo menos 20%.

“Temos quatro estágios nas lavouras daqui:  em colheita, em maturação, em enchimento de grão e em floração. Nas quatro fases temos plantas prejudicadas, sem falar no primeiro plantio do milho safrinha. Devido à seca que está ocorrendo, estamos colhendo uns 25% a menos e não estamos conseguindo plantar o milho, porque a terra está muito seca”, diz Bravin.

A situação é mais crítica em pontos com tipo de solo silte, normalmente menos férteis e, onde as plantas são mais sensíveis às altas temperaturas e à seca. Nas demais áreas, a soja vem se desenvolvendo bem.

Outro agravante dos produtores do município é o preço pago pela commodity. Atualmente, a saca vale cerca de R$ 60, enquanto no mesmo período do ano passado o preço passava dos R$ 65 por saca.

“O produtor paga o frete até a cidade, paga os impostos (Fethab e Funrural) e os custos. Temos que ser conscientes que o nosso preço hoje é em torno de R$ 57 por saca. No ano passado a gente vendeu a soja, nesse mesmo período, a R$ 65. Temos uma quebra de 7% a 8%, em relação ao ano passado”, diz o presidente do Sindicato Rural do município, José Nardes.

O vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, Fernando Cadore, lembra que alguns produtores esperam produzir acima da média estadual, mas destaca que essa não é a realidade de todo o estado.

“Obviamente não é uma quebra total, mas com certeza uma diminuição de produtividade por hectare vamos enfrentar. Existem casos isolados de produções acima da média, porém temos que levar em consideração que a média de Mato Grosso jamais passou de 55 sacas por hectare”, conta Cadore.

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