Sojicultores de Pato Branco (PR) pedem antecipação do zoneamento agrícola | Canal Rural Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Sojicultores de Pato Branco (PR) pedem antecipação do zoneamento agrícola

Maior parte do plantio ocorreu no fim de setembro, mas medida só permite acesso ao financiamento e seguro agrícola para quem cultivar na região a partir de outubro

Roberta Silveira | Pato Branco (PR)

Os produtores de Pato Branco têm com o que se preocupar. No município do sudoeste paranaense, boa parte do plantio aconteceu durante o final de setembro. Pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) do Ministério da Agricultura, a região só poderia semear a soja a partir de 11 de outubro.

• No sudoeste de MS, produtores trabalham dia e noite para garantir o plantio de soja

O produtor que plantar fora desse período é impedido de conseguir financiamentos e fazer o seguro da lavora. Situação que pode comprometer – e muito – o rendimento do agricultor. A cadeia produtiva local reivindica uma antecipação do zoneamento agrícola para a semeadura de soja. Segundo produtores da região, é comum o cultivo nessa época.

– Pode dar errado em um ou dois anos, pode. Como também dá dentro do zoneamento, mas, em uma média de 10 anos, 80% aqui tem dado certo (plantio no final setembro). Por isso da nossa reivindicação e estamos no aguardo da resposta. Esperamos que seja positiva, porque o agricultor aqui está fazendo a pesquisa dele e ninguém é louco de jogar dinheiro fora, porque essas lavouras são feitas com recursos próprios – protesta Oradi Francisco Caldato, presidente do Sindicato Rural de Pato Branco.

Atraso provocado pelo trigo

Outro problema da região é com trigo de inverno. A colheita está um pouco atrasada por causa das últimas chuvas, que deixam o trigo com muita umidade para ser retirado. É preciso que o sol apareça por alguns dias para que os produtores possam colher.

Umidade alta não tem colaborado para a colheita do trigo e início do cultivo da soja (Roberta Silveira/Canal Rural)
Umidade alta não tem colaborado para a colheita do trigo e início do cultivo da soja (Roberta Silveira/Canal Rural)

O agricultor Elias Koslinski vem testando a consistência do trigo para saber se está bom para colher, mas o grão ainda está muito úmido. Enquanto ele espera o momento certo, também já faz contas do prejuízo que essa cultura vai lhe trazer este ano.

– Eu estou produzindo em torno de 45 sacas por hectare e, para cobrir meu custo, eu precisaria colher 52 sacas por hectare – projeta.

• Plantio de soja no Paraná continua avançando e alcança 61%

Koslinski deve vender o trigo a R$ 25,00/saca, mas o preço mínimo dele é de R$ 33,00. O produtor culpa a importação do cereal fora do Mercosul pelo baixo preço.

– Se o governo não der uma política definida, que dê condições para nós produzirmos o trigo, daí vamos para com o trigo. Porque nós não podemos pagar para produzir – reclama.

Além da rentabilidade, a lavoura de Elias Kolinski tem outro problema. A umidade trouxe a giberela, um fungo que vai diminuir a produtividade dele.

– Em anos que há muita umidade, tem a ocorrência da giberela. Aparentemente, o agricultor vai perder de 10 a 15% de seu rendimento. Um rendimento que deveria ser de 150, 160 sacas por alqueire, vai cair para 110 – explica o consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann.

Mesmo com essas dificuldades pontuais, Lantmann garante que a dobradinha trigo e soja é a que mais pode oferecer produtividade.

– Ela é perfeita, porque entra uma leguminosa e uma gramínea. O trigo oferece uma série de condições que vão favorecer a soja – resume.

Visitamos uma lavoura que está com a situação bem diferente. Lá, a soja já toma conta da paisagem. A expectativa é de produzir 70 sacas por hectare. As pragas estão controladas até agora. A broca da axila chegou a aparecer, mas foi combatida com a aplicação de inseticidas. Um fator que ajuda para esse bom desenvolvimento é a diversidade de culturas que o sudoeste do Paraná possui.

– Nós temos aqui o feijão, trigo, soja, milho e nós temos a criação de gado leiteiro e gado de corte. Nós temos frangos, nós temos suínos. Nossa microrregião de Pato Branco, o sudoeste do Paraná, nós temos praticamente toda a cadeia produtiva do agronegócio – ressalta o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ivo Polo.

Veja a reportagem completa:

Acompanhe o trajeto da Equipe 2 da Expedição Soja Brasil:

Sair da versão mobile