Stephanes diz que petróleo é o maior vilão da inflação

Ao Estúdio Rural, ministro afirmou que maior produção tem impacto parcial sobre preços, mas que crise atual é oportunidade para o BrasilO ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, classificou o petróleo como o maior vilão da alta da inflação, que atinge o mercado internacional. Ele mencionou também a influência da forte atividade especulativa no mercado sobre a elevação dos preços. De acordo com o ministro, o atual ciclo de alta dos alimentos também pressiona para cima os índices de preços em vários países, mas não de forma tão significativa.

? O petróleo triplicou de preço. Claro que tem influência na produção dos alimentos, porque há o custo do transporte, o custo de produção (onde entra energia) como também os adubos.

Em entrevista exclusiva ao programa Estúdio Rural, nesta quinta-feira, dia 10, Stephanes reconheceu que o aumento de produção proposto no lançamento do Plano Safra é positivo, mas pode influir apenas parcialmente na formação dos preços.

? O Brasil só pode atuar em alguns produtos. Milho, arroz e feijão, basicamente; hortigranjeiros e também nas frutas mais de perto. Mas, naquilo que é commodity internacional, dificilmente. A única forma de atuar parcialmente na questão externa é abastecer o mercado brasileiro e produzir excedente para o mercado externo.

Reinhold Stephanes alertou que a oferta de alimentos não tem crescido de forma tão rápida quanto à demanda, fortemente influenciada pelo consumo maior de alimentos em grandes economias emergentes, como China ou Índia. Na opinião do ministro da Agricultura, se a situação se mantiver, existe a possibilidade de mais aumentos de preços daqui há dois ou três anos.

De qualquer forma, o ministro da Agricultura voltou a classificar a atual crise internacional como oportunidade para o Brasil, que aumenta o volume produzido a cada safra. Segundo Stephanes, se, por um lado, há pressão inflacionária, por outro, há um impacto positivo sobre a produção.

Sobre os fertilizantes, setor no qual o Brasil é altamente dependente do produto importado, reafirmou que o país poderá se tornar, em cinco anos, auto-suficiente na produção dos derivados de fósforo e nos nitrogenados.