Sudão aposta na parceria com o Brasil para desenvolver agronegócio

Canal Rural cobriu, com exclusividade, o início da colheita que está sendo feita manualmenteAté o fim de semana deve terminar a colheita dos primeiros hectares de algodão adensado plantados pelo produtor Gilson Pinesso, no Sudão. Uma equipe do Canal Rural cobriu, com exclusividade, o início da colheita que está sendo feita manualmente. No país africano, a guerra é coisa do passado. Agora, o Sudão procura a estabilidade financeira e uma das apostas é a parceria com o Brasil no agronegócio.

Tecnologia e produtividade são as palavras do momento no Sudão.  O maior país africano, localizado no norte na fronteira com o Egito, tem uma população de 40 milhões de habitantes.

Um povo marcado por duas guerra civis, que juntas duraram 40 anos, agora vê a chance de um futuro melhor baseado no agronegócio. O país que possui muitas terras improdutivas está fechando diversas parcerias com o Brasil. Uma delas relacionada ao cultivo do algodão. Gilson Pinesso é o primeiro produtor brasileiro a plantar 400 hectares  produzidos em Agadi, no Estado do Nilo Azul. A colheita que começou de forma manual deve terminar até o fim de semana com a ajuda de máquinas. O que para muitos parece apenas uma aventura, para Pinesso foi um projeto bem pensado.

? Este foi um projeto piloto. Vamos fazer uma lavoura comercial no próximo ano, de larga escala. Vamos cultivar 40 mil hectares em 2011 ? explicou o produtor brasileiro.

As terras férteis e o conhecimento da equipe brasileira fizeram com que os números da produção e a qualidade da fibra fossem semelhantes aos alcançados no Brasil, mas com uma grande vantagem: o baixo custo de produção.

O ministro da agricultura do Sudão, Abdelhalim Almutafi, é o grande incentivador do  projeto. Em entrevista exclusiva ao Canal Rural, ele fez questão de salientar a importância da chegada de Pinesso em terras africanas.

? Esse é um dos melhores projetos feitos na última década. Em uma temporada, Gilson Pinesso e sua equipe conseguiram testar muitas tecnologias brasileiras, e os resultados alcançados foram maravilhosos. Isso colocou a agricultura em termos de algodão no trilho certo ? disse o ministro.

Para facilitar a entrada no país africano, Pinesso está plantando em parceria com a Abisnaco, que pertence a AAAID, uma empresa formada pelos países árabes e que tem 49% de participação do governo sudanês. A AAAID chegou a parar a produção de alimentos devido à falta de sucesso nas lavouras. Omer Marzoung, diretor geral da companhia, comemora a parceria. Ele faz questão de salientar a tecnologia avançada dos brasileiros.

? O algodão está fantástico ? conclui Marzoung.