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Testes mostram efeitos do mau uso do dicamba em uma soja suscetível

Erro na lavagem do pulverizador, aplicação de produtos sem o bico ideal, excesso ou poucos ventos, são algumas das variáveis que podem trazer problemas

diferença entre a soja sucetivel e soja resistente
Foto: Daniel Popov

Antes de lançar sua nova tecnologia, a soja Intacta 2 Xtend, resistente ao herbicida dicamba, a Bayer está realizando uma série de testes para mostrar aos produtores do país as melhores maneiras de lidar com estas duas inovações, para que o resultado seja grandes produtividades, ao invés de prejuízos. O Projeto Soja Brasil segue acompanhando cada uma das etapas deste momento de troca de experiências entre a empresa, os produtores e os pesquisadores.

Antes de mostrar os efeitos negativos que o uso incorreto do dicamba pode gerar, entenda o que já se viu até o momento:

Há pelo menos quatro anos a Bayer está focada em disseminar as práticas ideais para o uso de sua nova plataforma de produtividade, que inclui não só a nova variedade de soja, Intacta 2 Xtend (resistente a 6 importantes lagartas), mas também o produto para combater ervas daninhas de difícil controle (a nova soja é tolerante ao herbicida dicamba).

“Ao introduzirmos mais um mecanismo de ação para o controle de plantas daninhas de folha larga, possibilitamos que o agricultor tenha um herbicida adequado para auxiliar neste controle, hoje algo difícil”, afirma o representante da Intacta 2 Xtend, Thiago Ferreira Mendes.

planta daninha crescendo entre a soja
Planta daninha em meio a soja. Foto: Daniel Popov

Mas a tarefa não é tão simples assim, já que muitas das recomendações técnicas para usar o herbicida já deveriam ser seguidas para outros produtos pulverizados e liberados no país, como 24D, glifosato e inseticidas em geral.

A recomendações partem desde o treinamento dos operadores, uso correto dos EPIs, volume ideal de calda, velocidade de aplicação, temperatura, velocidade do vento, altura da barra, escolha do bico de pulverização e por fim, limpeza do pulverizador.

aplicação pulverizador
Efeito sob laser do uso da ponta fina na pulverização de herbicidas. da Foto: Daniel Popov
aplicação pulverizador ponta média
Efeito sob laser do uso da ponta média na pulverização de herbicidas Foto: Daniel Popov
aplicação pulverizador
Efeito sob laser do uso da ponta grossa na pulverização de herbicidas. Foto: Daniel Popov

Ter deixado este ítem como último, não foi uma escolha aleatória, afinal ele pode ser um grande vilão das lavouras danificadas país afora. “O pior nisso tudo é que a tríplice lavagem do pulverizador já é uma recomendação antiga da pesquisa. Mas que, por alguma razão, muitos não fazem”, afirma Mendes.

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Limite de pulverização do dicamba entre a soja Intacta 2 Xtend e a RR. Foto: Daniel Popov

Como fazer a lavagem dos pulverizadores

  1. Devem ser realizadas três lavagens iguais;
  2. A recomendação é que cada lavagem seja feita apenas com ÁGUA, sem qualquer outro reagente químico;
  3. o tanque deve ser enchido até a metade da sua capacidade;
  4. o tanque deve ser agitado por até 10 minutos em cada lavagem;
  5. ao final de cada agitação, o produto deve ser expelido pelos bicos de pulverização, passando pelas mangueiras, filtros e componentes. Garantindo a limpeza de cada ítem;
  6. realizada as três lavagens, internas, é hora de lavar o equipamento extermamente, incluindo barras, pneus ou qualquer outra parte visível

Efeitos do dicamba na soja e cada lavagem

Como o próprio nome já diz, é preciso fazer pelo menos três lavagens no pulverizador ante de se usar o equipamento novamente. Em um dos 49 campos de testes que a Bayer tem espalhados pelo país, localizado em Rio Verde (GO), a empresa demonstrou o impacto gerado em uma soja suscetível em cada lavagem.

1ª lavagem

Após a primeira lavagem, conforme as recomendações acima, foi realizada uma aplicação com a água usada em cima de uma soja suscetível ao dicamba, veja abaixo como ficou a área:

1 limpezas de tanque 2
Foto: Daniel Popov

O resultado foi a morte completa das plantas de soja

2ª lavagem

Após a segunda lavagem, o mesmo procedimento foi realizado com a água da limpeza. Normalmente, é até esta segunda etapa que os produtores costumam fazer. Confira os efeitos abaixo:

2 limpezas de tanque
Foto: Daniel Popov

O resultado foi um grau de danos bem menor, mas ainda perceptível!

3ª lavagem

A terceira e última lavagem é a única maneira de garantir a limpeza total dos pulverizadores. “Lembrando que o dicamba não é o produto com maior aderência ao tanque do mercado. Ou seja, estas medidas já deveriam ser regras dentro das fazendas”, garante Mendes.

3 limpezas de tanque
Foto: Daniel Popov

O resultado final, após a terceira lavagem, é a eliminação de qualquer dano por conta destes produtos. A soja não apresentou qualquer descoloração ou manchas.

Velocidade do vento

Outro ponto importante é a velocidade do vento na hora da aplicação dos produtos químicos, já que o excesso ou pouco vento pode fazer com que as gotas derivem para áreas não desejadas, afetando culturas sensíveis.

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Foto: Daniel Popov

“Nossa recomendação é que o vento esteja entre 5 e 10 km/h. Abaixo dessa velocidade há grande risco de inversão térmica, que normalmente acontece no início da manhã e fim da tarde. Isso significa que as gotas podem ficar suspensas em uma faixa do ar, não atingindo o alvo. Aquela neblina da manhã é um exemplo de inversão térmico”, afirma Barbara Tagliari, gerente técnica de lançamento de Intacta 2 Xtend.