Carlos Minc diz que acusação sobre sanidade dos bois piratas é estratégia para boicote

Ministro garante que animais estão em boas condições e aposta no próximo leilãoO ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, rebateu nessa quinta-feira, dia 24, as acusações do deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA) de que o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não estaria tratando corretamente as mais de 3 mil cabeças de gado apreendidas na Operação Boi Pirata. Ele garantiu que os animais estão em boas condições sanitárias e que o episódio não irá prejudicar o leilão da próxima segunda-feira, dia 28.

? Na verdade, essas pessoas estão tentando boicotar a operação para manter a impunidade ambiental, mas isso não vai acontecer. Nosso trabalho vai continuar e aqueles que estão criticando, estão reclamando porque acabou a moleza e a impunidade ambiental dos que pensam que podem, ilegalmente, destruir o bioma Amazônia.

Minc avalia que a Operação Boi Pirata já “surtiu efeito” porque das 40 mil cabeças de gado encontradas na reserva ecológica da Terra do Meio, no Pará, 15 mil já foram retiradas da área e transferidas para São Félix do Xingu, onde foram vendidas para frigoríficos ou são mantidas em fazendas legalizadas.

? Acho curioso que quando o Movimento dos Sem Terra (MST) invade uma terra, chamam a polícia para tirar. Mas quando entram de forma ilegal com o gado, destruindo a Amazônia, o ecossistema, e a gente usa a Justiça, eles acham que é uma arbitrariedade. A lei deve ser para todos.

Ele comentou o anúncio feito nessa quarta-feira, dia 23, pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que o Exército vai dar prioridade à instalação de futuros pelotões de fronteira em terras indígenas, na porção superior direita da região amazônica. De acordo com Minc, o Ministério do Meio Ambiente “acompanha de perto” o processo. Ele elogiou a criação do Corpo de Guarda-Parque e da Guarda Nacional Ambiental.

? Vamos fazer convênios com os Estados da Amazônia e de outros pontos do Brasil, em agosto. Vamos colocar recursos e em troca eles (bombeiros e batalhões florestais) vão ajudar a cuidar dos parques nacionais e também em operações preventivas com o Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Muitos que são contra a demarcação das reservas indígenas alegam que isso poderia prejudicar a soberania nacional, o que não é verdade. Vejo com muito bons olhos a instalação desses quartéis, mostrando que as populações indígenas podem e devem ter mais apoio e mais cuidado.