CORREDORES DO AGRO

Túnel Santos-Guarujá: solução para mobilidade urbana e logística

A obra terá aproximadamente 900 metros de extensão e reduzirá o tempo de viagem entre os municípios para apenas 1 minuto e 42 segundos

O segundo episódio da série “Corredores do Agro” explora os desafios da logística em São Paulo, estado que deve receber o segundo maior volume de recursos federais do PAC, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. Uma das principais obras previstas é a construção de um túnel submarino que revolucionará a logística do maior porto do país.

O túnel ligará os municípios de Santos e Guarujá, no litoral paulista, e é considerado a melhor escolha entre as alternativas possíveis. A construção de uma ponte causaria interferência no espaço aéreo da região, e um túnel escavado demandaria desapropriações nas margens.

Segundo André Isper, secretário executivo da Secretaria de Parcerias e Investimentos, o túnel é construído a partir de blocos pré-moldados em doca seca e é preparado na doca seca em Guarujá. Posteriormente, os blocos são colocados no canal, onde ficam flutuando até descerem para o fundo do canal. Lá, eles são montados, recebe acabamento, vedações, e estão prontos para operação.

A população do litoral paulista espera por uma ligação entre Santos e Guarujá por quase um século, e a solução desse problema de mobilidade urbana promete trazer qualidade de vida para os moradores da Baixada Santista.

Atualmente, as únicas alternativas de deslocamento entre Santos e Guarujá são a balsa ou a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, um trecho de 43 quilômetros. A balsa é a preferência de cerca de 30 mil pessoas que fazem a travessia diariamente. Com a construção do túnel, a interferência urbana na operação da balsa será reduzida, o que aumentará a eficiência das atividades.

Bruno Orlandi, Secretário Municipal de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, destaca que o túnel permitirá o acesso exclusivo das embarcações ao canal, proporcionando melhorias na mobilidade urbana e logística.

O Porto de Santos, que respondeu por mais de 28% da corrente comercial do Brasil em 2022, está perto de sua capacidade máxima de movimentação de contêineres. A construção de túneis como esse pode representar uma nova fase na navegação comercial brasileira e estimular a geração de riquezas.

Casemiro Tércio de Carvalho, porta-voz do Movimento Vou de Túnel, acredita que a engenharia brasileira pode se apropriar desse conhecimento e aplicá-lo em soluções ao longo da costa brasileira, nas cidades portuárias e em ilhas, melhorando a operação do porto e promovendo o turismo.

O Programa de Aceleração do Crescimento prevê a destinação de 5,4 bilhões de reais para a construção do túnel. Dois bilhões e meio de reais já estão disponíveis na Autoridade Portuária de Santos. O projeto, o maior do PAC 3, está previsto para começar no final de 2024 por meio de uma parceria público-privada e deve durar quatro anos. No entanto, a longa espera para a execução do empreendimento evidencia a dificuldade de formalizar um compromisso entre o governo federal, estadual e as gestões municipais.

O desejo da população por uma ligação seca entre Santos e Guarujá resultou no movimento “Vou de Túnel,” que apoia a construção do túnel imerso, com aproximadamente 900 metros, reduzindo o tempo de viagem entre os municípios para apenas 1 minuto e 42 segundos. O apoio massivo da população, empresas e associações, juntamente com o apoio unânime das nove câmaras municipais, destaca a importância desse projeto para a região.

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