Usina em MT paralisa moagem de cana pela segunda safra seguida

De acordo com o diretor do Sindálcool, como a empresa está distante dos centros consumidores, é inviável buscar novos mercadosA Usina Araguaia, localizada em Confresa (1.160 quilômetros ao nordeste de Cuiabá) decidiu, pelo segundo ano consecutivo, deixar de moer 200 mil toneladas de cana-de-açúcar, em virtude dos baixos preços do álcool na região, que poderiam proporcionar 15 milhões de litros de etanol. O diretor superintendente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, disse à Agência Estado que a empresa deixou de gerar nesta safra 800 empregos na área industrial e n

De acordo com Santos, como a usina está distante dos centros consumidores, se torna inviável buscar novos mercados, pois o transporte do álcool a uma distância acima de 50 km é impraticável. O fornecimento da cana para outra unidade também está descartado, pois a usina mais próxima da Araguaia fica a mais de 400 km.

O diretor do sindicato afirmou que a paralisação da usina Araguaia não compromete o abastecimento de álcool em Mato Grosso. As 11 usinas que estão em funcionamento devem produzir este ano 240 milhões litros de anidro e 560 milhões de litros de hidratado, além de 450 mil toneladas de açúcar. O Sindalcool estima o consumo interno de etanol em Mato Grosso é de 390 milhões de litros. Grande parte da produção de etanol mato-grossense atende os mercados do Acre, Rondônia e Amazonas. Cerca de 20% vai para mercados do centro-sul.

A Usina Alcoopan, instalada em Poconé (100 quilômetros ao sul de Cuiabá) comunicou ao Sindialcool nesta semana que deve iniciar a moagem da cana nas próxima semanas, desde que consiga financiamento. A Alcoopan, que tem 200 mil toneladas de cana para esmagamento nesta safra, está em processo de recuperação judicial. Outras três usinas encontram-se também em recuperação judicial em Mato Grosso: Pantanal, Jaciara e Libra.