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Vai um café? Variedade robusta ganhou projeção no cultivo na região amazônica

A série especial adentra o universo da espécie canephora, destacando suas duas variações botânicas: o conilon e o robusta

No cenário global da cafeicultura, a série especial “Vai um Café?” adentra o universo da espécie canephora, destacando suas duas variações botânicas: o conilon e o robusta. O último, impulsionado por pesquisas e desenvolvimento genético, ganha notoriedade com seu cultivo na região amazônica.

Na safra de 2023, o Brasil, segundo dados da Embrapa, dedicou 1,9 milhões de hectares à produção de café. A espécie arábica lidera com 79%, enquanto a canephora representa 21%. Originária da região entre Guiné e Congo, no oeste da África, a canephora foi introduzida no Brasil pelo Espírito Santo.

O pesquisador do IAC, Sergio Parreiras Pereira, destaca a distinção entre as famílias dentro da canephora, ressaltando que os Robustas predominam no norte, principalmente em Rondônia, enquanto o Espírito Santo concentra majoritariamente os conilons.

Espírito Santo como protagonista na produção de café

O Espírito Santo, segundo maior produtor nacional de café, lidera na produção de canephora, sendo o conilon responsável por 70% do volume total. Com cerca de 400 mil empregos ligados à cadeia cafeeira, a cafeicultura desempenha um papel vital na economia local.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destaca a relevância da cafeicultura no emprego e na renda: “A cafeicultura responde por cerca de 40 a 42% da renda rural capixaba”.

Evolução dos robustas amazônicos

Desde a década de 1980, avanços no melhoramento genético e o desenvolvimento de variedades híbridas deram origem aos Robustas Amazônicos. Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia, destaca a adaptação desses híbridos às condições amazônicas, impulsionando uma produção recorde.

Juan Travain, cafeicultor e presidente da Caferon, enfatiza a importância da produção consciente na Amazônia, onde a redução de área em 80% e o aumento de produção em 300% nas últimas duas décadas refletem um compromisso com o desenvolvimento sustentável.

Os Robustas Amazônicos, resultado de colaboração científica e esforço dos cafeicultores, não apenas elevaram a produção, mas também promovem práticas sustentáveis, consolidando-se como uma força significativa na cadeia cafeeira brasileira.

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