>>Vazio sanitário: saiba quais Estados adotam medida e os períodos estabelecidos em cada região
O resultado da doença nas áreas de feijão no DF foi uma queda de mais de 40% na última safra. O prejuízo levou a unidade da federação a descer de primeira, para a terceira posição no ranking nacional de produtividade por hectare.
Essa é a primeira vez que o DF passa pelo vazio sanitário na cultura de feijão. Após esse período, o produtor deve esperar acabar com a epidemia da praga transmitida pela mosca branca. O chamado mosaico dourado causou danos em cerca de 60% das plantações de feijão.
Além de suspender o plantio, o agricultor deve eliminar qualquer vestígio de planta viva, o que pode ser feito por meio de máquinas ou por herbicida. O produtor rural, Allan Cenci, conta os prejuízos na colheita na última safra.
– A mosca branca, no geral, continua com uns 30% de prejuízo e acarreta um custo adicional para o controle, que eu calculo uns 15% a mais – disse o produtor
O Distrito Federal já tem experiência de bons resultados com vazio sanitário vegetal, como no caso da soja, que há cinco anos mantém afastada a epidemia da ferrugem asiática. Para o combate ao mosaico dourado no feijão, a estratégia é evitar a proliferação da mosca branca.
– Com o combate, as moscas não vão ter onde se abrigar e gerar novas populações. Não vão ter plantas para colocar os ovos e completar o ciclo. Talvez esse ano os resultados não sejam tão expressivos, pois Goiás não teve tempo de organizar o vazio. Além disso, outras culturas que também abrigam a mosca branca vão continuar sendo cultivadas. Com isso, esse ciclo pode não ser quebrado totalmente – disse pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão.
– Como foi uma decisão tomada um pouco em cima da hora, eles não aderiram este ano, mas já se comprometeram que nos próximos anos, vão aderir a esse vazio. Então, será um vazio sanitário entre Goiás, Minas e Distrito Federal – disse a chefe de sanidade vegetal da Secretaria de Agricultura, Lara Line.
Cada propriedade terá cinco dias para se adaptar à norma. Quem não respeitar a determinação irá sofrer penalidades que variam de multas até a destruição da lavoura.