Vazio sanitário da soja é ampliado para 137 dias em Mato Grosso

Medida passa a valer a partir de 1º de maio para safra 2015/2016O vazio sanitário da soja em Mato Grosso foi ampliado de 90 para 137 dias. Uma portaria conjunta do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT) e da Secretaria de Agricultura do Estado (Sedraf) definiu a data de início em primeiro de maio e a data final em 15 de setembro. A decisão terá validade a partir da safra 2015/2016.

Durante todo este período não será permitida a presença de plantas vivas de soja em áreas sob sistema de irrigação, de cultivo tradicional ou qualquer outra forma. As exceções são indicadas na Instrução Normativa 007/2014 publicada na edição do Diário Oficial do Estado, desta quarta, dia 22. O documento trata das medidas fitossanitárias para prevenção e controle da ferrugem asiática da soja no Estado de Mato Grosso.

• Aumento do vazio sanitário em Mato Grosso causa divergência entre produtores

Aprosoja-MT discorda de novo período de vazio sanitário

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) divulgou nota, na qual discorda da nova data para a proibição do plantio de soja no Estado. O presidente da Associação, Ricardo Tomczyk, acredita que o ideal seria aumentar o fim do período para 30 de setembro para que diminua a janela do plantio, sem alterar a data de início.

– A soja colhida antecipadamente acaba disseminando inóculos da ferrugem asiática para outras lavouras, quando não controlado corretamente – explica.

Tomczyk reforça que a discussão está focada em uma pequena área de plantio de soja safrinha, que representa menos de 2% do total cultivado em Mato Grosso.

– Estamos discutindo a eficiência de fungicidas e o impacto nas lavouras, mas os órgãos competentes tentam resolver um pequeno problema e deixam de fora 98% da área de soja do Estado – destaca.

A Aprosoja-MT entende que há problemas técnicos no manejo da safrinha de soja, mas ressalta que este período de vazio sanitário irá impactar fortemente no mercado de sementes.

– Na safrinha há a produção de sementes salvas e isso é uma forma de regular o mercado, fato importante para o produtor – diz Tomczyk.

Conforme a nota, além da preocupação com a safra de soja, há outros setores que também serão impactados com a medida, a exemplo dos produtores de algodão e girassol.

– A discussão precisa ser reaberta para chegarmos a um consenso – frisa o presidente.