O mercado mundial da soja permanece com as atenções voltadas para a escalada no número de casos do coronavírus na China e em outros países do mundo. Outros fatores que merecem a atenção é a evolução da colheita no Brasil e a cotação recorde do dólar, que bateu em R$ 4,32 nesta sexta-feira.
Acompanhe, abaixo, os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque:
- O mercado permanece com as atenções centralizadas na questão envolvendo o coronavírus na China e em outros países do mundo. Paralelamente, os players analisam os números de exportação dos EUA, esperando por indicativos de compras chinesas após o acordo comercial. O clima para a evolução da colheita da nova safra brasileira fecha o quadro de fatores;
- A evolução da epidemia de coronavírus na China continua como fator central para os mercados mundiais. No caso da soja, o impacto ainda é indireto, vindo através do posicionamento defensivo dos agentes financeiros, o que pressiona negativamente os contratos futuros da oleaginosa em Chicago;
- Em contrapartida, o dólar mantém seu viés positivo devido à migração de investimentos mais arriscados para a moeda norte-americana, que serve como ativo de segurança em momentos de nervosismo dos mercados mundiais. Tal fato compensa, em parte, o momento negativo em Chicago, impedindo uma queda mais acentuada dos preços no mercado interno brasileiro;
- Por enquanto, ainda não podemos falar em impactos diretos relevantes do coronavírus na demanda chinesa por soja, mas o momento é de atenção. O Line-Up de embarques de soja brasileira para o país asiático aponta para volumes recordes em fevereiro, mas a partir de março podemos ter atrasos se a epidemia continuar se expandindo em ritmo acelerado;
- No lado da demanda pela soja norte-americana, não devemos ver grandes compras chinesas nas próximas semanas, o que deve impedir Chicago de retomar a linha de US$ 9,00 na primeira posição. A tendência continua sendo de centralização das compras chinesas na América do Sul no primeiro semestre;
- No lado da oferta, a colheita brasileira começa a evoluir em um bom ritmo, recuperando os atrasos iniciais. Apesar de alguns problemas regionalizados, o Brasil está consolidando a colheita de uma nova safra recorde, o que deve pesar sobre as cotações internas nas próximas semanas, mesmo com a boa demanda por exportação. Se o câmbio voltar a trabalhar em um patamar mais baixo, a queda pode ser mais acentuada.