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Verdade ou não? Cratera que parece Grand Canyon surge em lavoura de soja

Vídeos enviados pelas redes sociais mostram o surgimento de uma rachadura de longa extensão na cultura. Embrapa analisa imagens e dá dicas para evitar problema

Imagine estar pulverizando sua lavoura de soja, tranquilamente, e se deparar com uma cratera parecida com um Grand Canyon? Pois o vídeo abaixo, bastante curioso, foi enviado para o Projeto Soja Brasil nos últimos dias. Nele, um produtor rural passa exatamente por esta situação, como se o buraco tivesse sido aberto há pouco tempo, já que a soja estava plantada até o limite da cratera. Apesar de muito esforço, este produtor não foi localizado para que os detalhes fossem desvendados. Caso o conheça, ou tenha mais informações sobre o ocorrido, mande para o Soja Brasil através do número de WhatsApp (11) 95559-6954.

Pode até ser que este não seja um vídeo feito na última safra, ele foi gravado há algum tempo, durante a o crescimento vegetativo da soja, mas só foi enviado agora e por ser curioso vale ser mostrado. O produtor que o gravou até abusa um pouco da sorte, por trafegar próximo a abertura, com riscos de desmoronamento. Assista abaixo:

Neste outro vídeo, no mesmo lugar o produtor desce até o fundo do buraco para mostrar o tamanho do estrago.

Apesar de não ter detalhes o Projeto Soja Brasil procurou a Embrapa para entender se aquilo era possível e quais atitudes devem ser tomadas caso algo parecido aconteça.

“A situação retratada pelos vídeos é realmente impressionante, mas infelizmente não se trata de um caso isolado. Temos recebido vídeos e fotos referentes a situações similares, de diferentes regiões e em diferentes safras”, diz Henrique Debiasi, pesquisador de manejo do solo e da cultura da Embrapa Soja.

Segundo ele é difícil indicar soluções para corrigir o problema mostrado nos vídeos sem informações mais aprofundadas sobre a área (onde foi, quando foi, intensidade e duração da chuva, declividade, posicionamento das estradas, práticas conservacionistas utilizadas nas demais propriedades da microbacia, etc). “O certo é que a situação requer assistência técnica especializada para proposição de um plano de recuperação da área, e deve começar eliminando a origem do escoamento superficial de água que ocasionou essa cratera”, conta ele.

Controle preventivo

Debiasi explica que apesar de não poder ajudar neste caso, por não ter mais informações, é importante ressaltar que já existem métodos preventivos contra erosão. Neste sentido, existem três formas básicas de minimizar as perdas de água e solo por erosão:

1) Aumentar a capacidade de infiltração de água do solo (quantidade de água, em milímetros, que “penetra” no solo), para assim reduzir ao máximo o volume que escoa na superfície do solo formando as enxurradas as quais, por sua vez, levam a formação dos sulcos de erosão;

2) Aumentar a resistência do solo ao “arraste” de suas partículas pela água. Em outras palavras, um solo solto demais, como os arenosos, submetidos a preparo do solo ou com poucas raízes são muito mais suscetíveis à erosão, pois as partículas são arrastadas facilmente pela água). Essa medida é FUNDAMENTAL especialmente em solos arenosos,e, portanto, altamente suscetíveis a perdas de água e solo por erosão hídrica, como parece ser o caso das imagens constantes dos vídeos

3) Conter a enxurrada por meio de práticas mecânicas de controle da erosão.

“No caso dos itens 1 e 2, o manejo envolve a adoção do sistema plantio direto em sua plenitude, ou seja, obedecendo aos três fundamentos que se constituem nos pilares dos sistemas: mínimo revolvimento do solo, com preparo restrito à linha de semeadura; Cobertura permanente e o uso de sistemas diversificados de produção, incluindo o cultivo de plantas com sistema radicular abundante e profundo e alta produção palha, com o objetivo de aumentar a capacidade de infiltração de água do solo e também a resistência do solo ao “arraste” de suas partículas pela água”, diz Debiasi.

No caso do item 3, a contenção da enxurrada se dá pelo correto dimensionamento e manutenção dos terraços, pelo posicionamento correto das estradas, e pela realização de todas as operações mecanizadas em nível.

“É importante salientar que o controle da erosão não depende apenas de um produtor, mas de todas as propriedades existentes em uma microbacia, pois a água que ocasiona erosão em uma área pode estar vindo de outra área vizinha. Neste sentido, o poder público também tem sua responsabilidade, no sentido de adequar as estradas rurais ao planejamento conservacionista da microbacia”, finaliza o pesquisador.

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