
Um projeto de recuperação de áreas rurais degradadas iniciado há seis meses está sendo mantido em Brasília (DF) com a ajuda de doações de moradores da região. As mudas utilizadas na preservação de nascentes são cultivadas num viveiro comunitário, instalado com ajuda de pessoas que doaram materiais e mão de obra.
O viveiro reúne mais de 20 mil mudas de 60 espécies nativas do Cerrado, como ipê, sucupira, pequi, urucum, jatobá e aroeira-rosa. O plantio das árvores terá início na semana que vem.
O engenheiro florestal responsável pelo projeto, Vitor Martins de Oliveira, fez um levantamento das áreas degradadas da região e identificou 87 nascentes que precisam ser reflorestadas. Depois do plantio das árvores, as áreas serão monitoradas durante dois anos.
Segundo Oliveira, será preciso esperar de mais 15 a 20 anos para voltar à situação original de mata de galeria que caracteriza as áreas onde há nascentes. “Isso garante que a água vai continuar a brotar, e a recuperação de todas essas nascentes é a garantia de que rios e córregos não vão secar”, diz o engenheiro florestal.
A maioria das sementes usadas no preparo de mudas foi coletada pelo técnico agrícola Elvécio Dias Borges, responsável pelo viveiro. A estrutura é motivo de prazer e orgulho do profissional, que recebe visitantes no local. “A gente fica bastante motivado por as pessoas elogiarem, gostarem do nosso trabalho”, conta.
O aposentado Américo Mendes fez uma visita ao viveiro e aprovou a iniciativa. “Estou pensando em levar mudas de ipê, que é bem típico de Brasília, e uns pés de frutas, como baru, que dá uma castanha muito boa”, diz ele.