Agronegócio

Análise: fechamento de porto na China preocupa retomada da economia

Na China, o 3º maior porto do mundo é fechado após funcionário testar positivo para Covid-19; economia do país tem desaceleração em julho

O porto de Ningbo-Zhoushan na China, o terceiro mais movimentado do mundo, continua parcialmente fechado nesta segunda-feira, 16, após um funcionário testar positivo para a Covid-19. O fechamento do porto acende um alerta de que a rápida disseminação da variante Delta no mundo possa levar a atrasos no embarque de mercadorias.

A China divulgou dados da economia, que mostram que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo desaceleraram e ficaram abaixo das expectativas do mercado em julho. Os novos surtos do coronavírus estão entre os principais motivos, além das enchentes ocorridas no último mês, que acabaram prejudicando as operações das empresas chinesas.

Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, a disseminação da nova variante da Covid-19 pode comprometer a economia chinesa. “Muitos países ainda estão com dificuldades de empregos, renda, produção, principalmente a China, pois a situação pode agravar a atividade comercial com o surgimento da nova variante da Covid-19, já que o país depende muito do comercio exterior”, pontua.

Porto de Ningbo-Zhoushan, na China
Porto de Ningbo-Zhoushan, na China. Foto: Agência Xinhua

“Com a pandemia houve uma retração muito forte nas economias pois houve queda da demanda e da oferta. De uma forma geral, tenta-se retomar a economia com a vacinação, e os Bancos Centrais jogaram muito dinheiro no mercado, e começa ter uma nova escalada para um ponto de onde a economia estava antes de afundar”, diz Daoud.

O comentarista ainda se mostra otimista, pois apesar de o principal porto chinês parar as atividades, o agronegócio não deve parar já que a China é o principal importador de produtos brasileiros. “O agronegócio vai continuar, pois a demanda por alimento não para, principalmente a China que possui quase 400 milhões de pessoas e vai demandar muito alimento. Contudo isso não significa que os preços vão estar compatíveis com os custos de produção. Quase 50% de todas as exportações brasileiras tem como destino a China, sendo um mercado muito considerável”, conclui.