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Biodiesel: ‘Redução na mistura representa o maior retrocesso já aplicado ao Renovabio’

Segundo a Aprobio, a redução na mistura de biodiesel ao diesel pode gerar aumento do desemprego, alta da inflação e perdas ambientais

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Aprobio se posiciona após governo anunciar redução na mistura de biodiesel ao óleo diesel Foto: Pixabay

A redução na mistura de biodiesel ao óleo diesel de 13% para 10% anunciado pelo governo nesta segunda-feira, 6, representa o maior retrocesso já aplicado à Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A afirmação é da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio). A entidade lembra que o percentual de mistura de 13% estava previsto pelo Renovabio desde março.

A entidade ressalta que o cenário de redução na mistura vai refletir em mais desemprego, além de comprometer mais ainda os investimentos realizados e planejados, que tem capacidade já autorizada para um volume de B18, prejudicando a economia e contrariando o estabelecido no RenovaBio. A medida afasta o país dos compromissos de descarbonização e gera elevada insegurança ao mercado quanto aos compromissos de gestão com uma política de Estado.

“Cada 1% de biodiesel que se adiciona à mistura do diesel significa milhões em investimentos e bilhões a mais para o PIB do país. Cada 1% significa empregos para milhões de brasileiros e renda para milhares de famílias. Emprego e renda que se espalham pelo interior do país, beneficiando não apenas as cidades onde as usinas estão instaladas, mas todo um conjunto de municípios ao seu redor. Significa investir nos nossos pequenos e grandes produtores agrícolas, que dispõem de mais alternativas de comercialização de sua produção agrícola, multiplicando a riqueza gerada no campo, onde ela foi produzida”, explica Francisco Turra, presidente do Conselho de Administração da Aprobio. “Ao reduzir a mistura, são esses benefícios que estamos negando a toda a sociedade brasileira”, completa.

Além de acarretar alta do desemprego, a Aprobio diz que a redução no percentual do biodiesel pode afetar outros setores da economia, como alta da inflação e manutenção dos preços altos do diesel. A entidade ainda prevê um aumento nos custos com importação de petróleo, gerando, ainda um aumento da poluição.