Agricultura

Empresas do setor de alimentos apresentam plano contra o aquecimento global

Documento, que tem 14 companhias como signatárias, foi apresentado durante a COP27

Empresas responsáveis pela produção de alimentos se uniram para limitar o aquecimento global. Diretamente de Sharm El Sheikh, cidade do Egito onde desde domingo (6) acontece a COP27, um documento foi apresentado por 14 das maiores companhias do setor. O material, chamado de roadmap do agro, aborda como ações para reduzir as emissões de determinados gases serão desenvolvidas em conjunto.

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Uma das corporações que surgem como signatárias da ação é a JBS, uma empresa do grupo J&F. Além dela, o movimento divulgado na COP27 é encabeçada por: ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, COFCO International, Golden Agri-Resources, Louis Dreyfus Company, Marfrig, Musim Mas, Olam International, Olam Food Ingredients (OFI), Viterra e Wilmar International.

O “Roteiro do Setor Agrícola 1,5°C” apresenta, entre outros pontos, ações a serem desenvolvidas em prol do meio ambiente em setores como produção de óleo de palma, soja e proteína animal. O material é consequência do que havia sido prometido por CEOs multinacionais de alimentos na COP26, conferência do clima realizada pela ONU no ano passado em Glasgow (Escócia). Juntas, essas companhias acreditam que irão promover sistemas alimentares globais — além de proteger a subsistência dos produtores.

Movimento além das empresas de alimentos

alimentos - preços de alimentos - FAO
Foto: Pixabay

O roadmap do agro apresentado na COP27 reforça que o trabalho não se resumirá aos signatários. O plano reforça, nesse sentido, a importância de trabalhos a serem desenvolvidos junto a governos, instituições financeiras e até membros da cadeira de suprimentos. Assim, acredita-se, que políticas e regulamentos que incentivem agricultores e pecuaristas a protegerem os recursos naturais.

O documento foi desenvolvido no decorrer do último ano, informa a equipe de comunicação da JBS. O material foi desenvolvido pela Tropical Forest Alliance, com apoio do World Business Council for Sustainable Development. A partir do roadmap, as 14 empresas em questão se comprometem a a estabelecer um plano com prazos específicos e a prestar contas publicamente a cada ano de seu progresso em direção às metas contra o aquecimento global.

“A JBS entende sua responsabilidade, como maior empresa de alimentos do mundo, de fazer parte da solução” — Gilberto Tomazoni

“Devemos enfrentar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, aumentar a produção global de alimentos para garantir a segurança alimentar. A JBS entende sua responsabilidade, como maior empresa de alimentos do mundo, de fazer parte da solução e, portanto, a necessidade de parceria com nossa cadeia de valor para acelerar e escalar o progresso”, afirma o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.

Para isso, o executivo brasileiro destaca que a JBS e as demais empresas responsáveis pelo roadmap do agro já contam com a ideia de somar parceiros para o projeto. Além disso, o grupo tem a percepção de que os trabalhos devem começar o quanto antes — fala-se em ações já a partir do próximo ano.

“Para avançar da maneira mais rápida no Brasil, o setor deve se concentrar nas principais áreas e impulsionadores do desmatamento: a Amazônia e o desmatamento ilegal. Em linha com nosso compromisso de conter o aquecimento global em até 1,5 graus Celsius, 2023 será um ano de ação para irmos mais longe — junto com parceiros dos setores público e privado — para desenvolver incentivos e suporte técnico para produtores que são a chave para acabar com todo o desmatamento”, complementa Tomazoni.

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