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Testes e restrições garantiram segurança sanitária da Expointer

Para a Secretaria da Saúde, foram nove dias de uma feira sanitariamente segura, com risco reduzido de contágios por covid-19

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul (SES) fez um balanço positivo sobre 44ª Expointer. Para a SES, foram nove dias de uma feira sanitariamente segura, com risco reduzido de contágios por covid-19 e espaço para conscientização sobre prevenção e proteção à saúde, individual e coletiva.

“Foram muitos meses de preparação, estudos e ajustes para montar os protocolos e a estrutura necessária para fazer essa feira, que certamente já virou referência e inspirará futuros eventos no estado. Estamos imensamente orgulhosos do que conseguimos construir e executar aqui”, disse a secretária da Saúde, Arita Bergmann. O planejamento para Expointer começou em abril.

Testes

De acordo com a SES, o sucesso do evento pode ser atribuído a fatores como a testagem prévia de todos os trabalhadores e expositores, requisito para a entrada no parque, à retestagem durante a feira e à ação assertiva dos 115 monitores que circularam durante toda a feira pedindo gentilmente o cumprimento dos protocolos, como o uso de máscara e chimarrão individual.

Teste de covid-19 será realizado em trabalhadores. Foto: Djalma Correa Pacheco/Prefeitura de Esteio

“A atuação dos monitores foi educativa. Com o passar dos dias, bastava um olhar ou a simples presença dos verdinhos [como passaram a ser conhecidos em função da cor dos coletes que usavam] para que algum comportamento inadequado já fosse imediatamente corrigido”, explicou Arita, que acompanhou os monitores em ação durante visitas à Expointer.

Antes da feira, foram realizados 628 testes (RT-PCR e antígeno) em trabalhadores e expositores que chegaram ao parque sem o teste prévio. Destes, 13 foram detectáveis, e as pessoas não puderam acessar a feira. Durante o evento, para monitorar a circulação do vírus, foram feitas 198 novas testagens, com cinco detectáveis, que acabaram isolados.

“Rastreamos os contactantes desses casos positivos e fizemos dezenas de testes para examinar a cadeia de transmissão, e não houve surto. Foram cinco casos isolados”, disse a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos, que capitaneou a estratégia de Saúde na feira.

Publico

A limitação de público, tanto para acessar o parque quanto para circular nos pavilhões, também se mostrou uma estratégia acertada para evitar aglomerações e diminuir o risco de disseminação do coronavírus, segundo a SES. Nos pavilhões, catracas e sensores contabilizavam em painéis o número de visitantes que acessavam os locais, o chamado cercamento eletrônico. A catraca do pavilhão da Agricultura Familiar bloqueava automaticamente quando o limite de pessoas era atingido. Uma pessoa precisava sair para que outra pudesse entrar.

No sábado, 11, o limite foi alcançado e a luz vermelha acendeu no painel da agricultura familiar. Para entrar, só se saísse alguém. Isso garantiu um ambiente mais seguro tanto para os agricultores familiares quanto para os que queriam fazer suas compras.

Além da catraca eletrônica para controlar o acesso aos pavilhões, foi delimitada uma área específica para compra e consumo de alimentos, o único local onde se podia retirar a máscara. No restante do parque, não foi permitido circular bebendo ou comendo. Até mesmo o chimarrão estava restrito: só podia ser tomado sozinho, distante das outras pessoas.

Espalhados pelo parque, cem lavatórios equipados com duas pias cada, sabonete líquido e álcool gel, foram aliados da higienização das mãos, reduzindo os contágios e agradando os visitantes. A SES distribuiu ao público 2,7 mil máscaras. “Estou me sentindo seguro aqui na Expointer, há muitos dispensadores de álcool gel e lugares para lavar as mãos, além de todos os cuidados da organização do evento para evitar aglomeração”, disse Cesar Labrea, de Quaraí, que visitou a feira com os filhos Manuela e Carlos Eduardo.

A SES realizou ainda 20 coletas de água para análises de cloro, turbidez e coliformes fecais, além de vistoriar restaurantes e bares para orientar sobre a alimentação vendida ao público.

A bordo de um carrinho e usando megafones, técnicos do Cevs realizaram, durante toda a feira, 64 rondas da Saúde, quando percorreram as vias internas do parque alertando sobre os protocolos e estimulando comportamentos adequados. No sábado, foi a vez do Guri de Uruguaiana assumir o megafone, de forma voluntária, e dar o recado: “Arruma a máscara aí, vamos proteger a boca e o nariz. Mas que barbaridade”.

Conscientização

Residentes em saúde promoveram 51 horas de atividades interativas com os visitantes da feira. Com o uso de bambolês, era demonstrado o distanciamento que uma pessoa deve manter da outra. Uma segunda atividade usava uma fumaça a base de amido de milho e corante alimentício que era soprada em direção a um voluntário. Dessa forma, o rosto e outras áreas descobertas ficavam sujos, enquanto, ao tirar a máscara e ver a própria imagem refletida em um espelho, a pessoa percebia que nariz e boca permaneciam limpos. O pó atóxico era de fácil limpeza após a atividade. Uma máscara nova era fornecida após a demonstração.

As atividades educativas foram uma parceria entre o Cevs e o Telessaúde RS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Acadêmicos de diferentes instituições de ensino superior e pós-graduação que executaram as ações receberão certificado de participação, atestando que contribuíram para a disseminação de informações e educação em saúde.

Os acadêmicos são de áreas como serviço social, odontologia, biomedicina, farmácia e outras da Ufrgs e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa).

“A união de diferentes instituições, como academia e gestão pública da saúde, dá força e visibilidade às nossas ações e potencializa o que pode tornar o mundo melhor”, comentou a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos, que organizou a parceria.