As vendas internas de carne de frango se aqueceram em junho, contexto que elevou as cotações de todos os produtos de origem avícola de corte. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o menor poder de compra da população brasileira diante da crise gerada pela pandemia de Covid-19 pode estar levando demandantes a migrarem para proteínas mais baratas, como o frango, em detrimento das carnes bovina e suína.
Assim, mesmo durante a segunda quinzena de junho, quando tradicionalmente as cotações da proteína recuam devido à menor liquidez, os preços seguiram firmes. No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado teve média de R$ 4,40 por quilo em junho, alta de 7,3% frente à do mês anterior. Para o produto resfriado, a valorização foi ainda maior, de 11,7%, com preço médio a R$ 4,42 por quilo em junho.
Para os cortes negociados na Grande São Paulo, a maior alta nos preços de maio para junho foi observada para a asa de frango, que, segundo colaboradores do Cepea, tem oferta muito reduzida no mercado doméstico, visto que é um produto muito exportado, especialmente à China. De maio a junho, a asa congelada se valorizou 15,7%, atingindo R$ 8,91 por quilo no último mês. No caso do produto resfriado, a alta foi de 12,3%, com média de R$ 8,96 pelo quilo.
Além da demanda final aquecida, as medidas de ajuste da produção por parte tanto da indústria quanto de produtores no primeiro semestre de 2020 se mostraram eficientes em conter as desvalorizações que vinham ocorrendo. Dessa forma, com o incremento na demanda, parte da indústria teve que aumentar a compra de novos lotes de frango vivo, impulsionando os preços. Na média das regiões de São Paulo, o animal foi cotado a R$ 3,42 por quilo em junho, forte avanço de 17,5% na comparação com maio.