Conexão Brasília

“Cobertura de internet hoje é insignificante para o agro”, diz senador

Segundo Luis Carlos Heinze (PP-RS), apenas 5 milhões de hectares no campo estão conectados; Parlamentar afirma que há acordo para votação de PL que amplia uso do recurso do Fust para banda larga

A deficiência de conectividade no campo e a importância do uso da tecnologia na área rural foram temas do programa Conexão Brasília desta terça-feira, 29. Conforme o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), já existe acordo no Senado, com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, para que seja votado o Projeto de Lei 172/2020 que permite aplicação dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) em telefonia móvel e para expansão da banda larga nas escolas públicas, principalmente as da zona rural.

“Os próprios ministros Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura) e das Comunicações (Fábio Faria) estão acordados com essa questão”, afirmou.

Heinze esclareceu que, hoje, apenas 5 milhões de hectares no país têm acesso à cobertura de internet. “Isso é insignificante perto do tamanho do agro brasileiro”, ponderou. O senador citou ainda um estudo encomendado pelo Ministério da Agricultura à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) com objetivo de mapear a situação da conectividade rural. A pesquisa revelou que é preciso a instalação de, pelo menos, 5.600 antenas de transmissão para melhorar a cobertura no Brasil.

“Como fazer essa cobertura: com torres, com fibra óptica, por meio de satélite. São 7, 8 bilhões de reais que devem ser aplicados. É uma verdadeira revolução ”, esclareceu Heinze.

Saiba mais

Na Câmara dos Deputados, o plenário aprovou o texto na forma de um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Vinícius Poit (Novo-SP). O texto muda a lei de criação do fundo e permite o uso de recursos do Fust para a ampliação da banda larga em escolas públicas e para a área de telefonia móvel. Pelo projeto, o acesso à internet banda larga será fornecido em todas as escolas públicas até 2024, em especial as situadas fora da zona urbana.

Queimadas na Amazônia

Outro tema abordado no programa foram as queimadas na Amazônia e na região Centro-Oeste. Para o senador Luis Carlos Heinze, o Brasil tem sido criticado injustamente por brasileiros, estrangeiros e algumas empresas do agro. Na sua avaliação, essa postura tem um viés mercadológico.

“A agricultura brasileira já é um grande exportador de alimentos para o mundo. Sem renda, sem subsídios que os demais (países) têm. Eles tiram o foco e ameaçam acordos. É um crime o que estão fazendo com o Brasil”, disse.

Heinze lembrou que o presidente Jair Bolsonaro indicou o próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, para ficar à frente do tema Amazônia no país. “Ele conhece a Amazônia. Não pode haver guerra comercial contra o Brasil. Estou propondo uma sessão no Senado junto com os senadores desses estados para debatermos e apresentarmos números reais”, explicou.

Ele explica que o grande desafio é a questão do aquecimento global. Ele citou que o Brasil responde por menos de 2% da emissão dos gases de efeito estufa enquanto Estados Unidos são responsáveis por 15% e a China, por 27% das emissões.

“Países da Europa, a China, usam combustíveis fósseis. No Brasil, são fontes limpas. Nós temos hidrelétricas que produzem grande parte da nossa energia. Usamos o etanol, o biodiesel, a agricultura moderna. Não somos países emissores de gases de efeito estufa”, questionou.