SENADO

'Ambientalismo ideológico', diz Tereza Cristina sobre Marina Silva

A senadora alegou que o Ministério do Meio Ambiente busca anular as leis estaduais de controle ambiental no Pantanal sem prévia negociação

Ex-ministra da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), a senadora Tereza Cristina (PP-MS), disse que há um “ambientalismo ideológico” instalado no governo federal, tentando “usurpar” a competência dos governadores e desrespeitando o pacto federativo.

A senadora alegou que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA) tem como objetivo suspender as leis estaduais que regem o controle ambiental do Pantanal, sem negociação prévia, por meio de nota técnica, a ser referendada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

“O Senado, em especial a bancada desses dois estados [Mato Grosso e Mato Grosso do Sul], que está unida, não permitirá essa inaceitável manobra espúria. Se a ministra Marina Silva, que não tem mais o Cadastro Ambiental Rural sob sua responsabilidade, quer impor o desmatamento legal zero, inexistente no Código Florestal em vigor, que mande ao Congresso Nacional uma proposta de lei para aqui ser debatida e votada”, afirmou.

Tereza Cristina ressaltou que condena as ilegalidades de desmatamento e outros crimes ambientais, mas na sua opinião, não é desrespeitando a harmonia entre os Poderes que se resolvem os problemas.

“O Código Florestal foi uma dura conquista. Levamos anos e anos para chegar a um consenso, e considero uma boa legislação justamente porque não contentou nenhum dos lados, nem produtores rurais, nem ambientalistas. Ambos tiveram de fazer concessões e essa é a arte da política. Não é com canetada em repartição pública que resolveremos os problemas ambientais do Brasil. Muito pelo contrário”, disse.

A parlamentar comentou que está previsto o comparecimento da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no próximo dia 23, na Comissão de Meio Ambiente (CMA) para explicar essas medidas.

“Esperamos que ela compareça, porque já cancelou várias vezes a sua vinda a esta Casa”, protestou.