O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) abriu nesta quarta-feira (20) contagem regressiva de 90 dias para o principal congresso do setor que acontecerá entre os dias 19 a 21 de julho em Sertãozinho, interior de São Paulo.
Depois de duas edições virtuais devido à pandemia da covid-19, o evento volta a ser presencial e espera receber mais de quatro mil visitantes.
O evento vai comemorar os 75 anos da aviação agrícola brasileira, que hoje tem a segunda maior frota do mundo. São quase duas mil e quinhentas aeronaves utilizadas para aplicação de defensivos, fertilizantes e até para a semeadura.
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Em 2021, eles foram muito importantes também no combate a incêndios.
Durante os dois anos de pandemia, o mercado de aeronaves agrícolas voou na contramão da crise e registrou aumento nas vendas.
“Para nós, nos últimos dois anos, apesar de tudo que aconteceu da economia ser fragmentada e alguns setores serem muito prejudicados eu acredito que por estarmos inseridos no agronegócio a aviação agrícola conseguiu se sobressair e conseguiu crescer neste período”, diz o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva.
O investimento não é pequeno. Os preços de uma aeronave agrícola nova variam de R$ 3 a R$ 10 milhões e o produtor precisa levar em conta a relação custo benefício, para definir se vale a pena comprar ou terceirizar o serviço.
“Eu acredito que hoje uma aeronave que faça a pulverização acima de 25 a 30 mil hectares na safra, ou uma fazenda que faça esse número de pulverização já tenha a capacidade de ter o próprio avião. Atualmente, 60% da frota são de aeronaves de empresas, ainda são terceirizados os serviços, eu acho que é uma maneira moderna de tratar a agricultura, você não tem o custo do piloto, você não tem o custo da manutenção do avião”, complementa.
A aviação agrícola no Brasil segue uma das legislações mais rígidas do mundo, apesar disso, o exercício da sua atividade às vezes vai parar nos tribunais.
Em 2020, a Justiça do Ceará proibiu a aplicação aérea de defensivos nas lavouras do estado, o que causou enormes prejuízos a agricultura local, principalmente para produtores de banana. O caso está parado no Supremo Tribunal Federal há quase dois anos.
“Todo projeto de proibição que vem do legislativo, nenhum deles tem embasamento técnico, todos eles são fundamentados em questões políticas. O pessoal que vem com esse argumento, com essa legislação, com esse tipo de proibição eles desconhecem totalmente o fato, desconhece a agricultura brasileira, infelizmente o Ceará que poderia ser hoje o segundo maior produtor de banana do país reduziu a zero, eu acho que não está classificado nem entre os 5 e os produtores tiveram que sair de lá”, afirma Thiago Magalhães Silva.
O congresso que acontece em julho em Sertãozinho deve reunir mais de quatro mil visitantes, entre empresários, pilotos, agrônomos, técnicos, pesquisadores ou simplesmente apaixonados pela aviação, uma das grandes atrações do evento serão os drones, cada vez mais incorporados na agricultura.
