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Dólar sobe 1,5% no primeiro pregão após Jair Bolsonaro ser eleito

A Bolsa de Valores de São Paulo, por outro lado, caiu mais de 2% nesta segunda, dia 29

dólar
Foto: Pixabay

O dólar fechou o pregão desta segunda, dia 29, com alta de 1,51%, cotado a R$ 3,7068. Este foi a primeira sessão após Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), ser eleito presidente da República.

Segundo a consultoria Safras & Mercado, com a vitória do candidato, a moeda norte-americana abriu em forte queda, atingindo a mínima de R$ 3,583 (-1,97%), porém, depois de exibir forte volatilidade ao longo do pregão, chegou à máxima de R$ 3,718 (+1,72%).

O economista-chefe da corretora de valores Spinelli, André Perfeito, avalia que o mercado está aguardando com bastante ansiedade o posicionamento de Bolsonaro e sua equipe econômica sobre “temas cruciais” do próximo governo. “Acreditamos que até agora o mercado precificou a derrota do PT, uma vez que se sabia com mais precisão o que é o PT do que o PSL poderá vir a ser. Agora a bola está com Bolsonaro e Paulo Guedes e é hora de precificar o que pretendem”, diz.

Apesar de especialistas terem apostado que a moeda norte-americana ficaria entre R$ 3,50 e R$ 3,60, os mercados locais foram influenciados pelo exterior onde a guerra comercial entre EUA e China parece ganhar um novo capítulo. Foi noticiado que os Estados Unidos podem impor uma nova rodada de tarifas sobre produtos chineses em dezembro, caso as negociações entre as duas maiores economias do mundo não avancem.  “Lá fora, essa notícia pesou muito e respingou em todas as emergentes. Com o real não foi diferente”, comenta o diretor da Meta Asset, Alexandre Horstmann.

Para o dirigente, também houve viés de correção nos ativos locais com a “ficha do mercado caindo, depois das eleições, de que o governo Bolsonaro pode ser pior do que se esperava”. Segundo ele, os ruídos vindos da equipe que deve formar o governo PSL corroboram para isso, visto que o possível ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, “não quer que a reforma da Previdência seja como a proposta pelo governo de Michel Temer. Se levarem isso a sério, começará tudo do zero e a reforma não sairá em 2019 como deveria ser”, diz.

Para amanhã, o diretor da Meta diz que é preciso monitorar o movimento externo com rumores em torno da guerra tarifária entre norte-americanos e chineses. Além disso, o foco do mercado se volta aos anúncios de Bolsonaro quanto aos nomes que irão compor a equipe e as medidas econômicas a serem tomadas.

Bolsa

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou em baixa de 2,24%, com 83.796 pontos, invertendo a tendência de alta na abertura do pregão, quando registrou 0,78%. Os papéis das principais empresas acompanharam a tendência de queda, com Petrobras encerrando o pregão em baixa de 4,67%, Vale com desvalorização de 4,5%, Itaú perdendo 2,02% e Bradesco com menos 2,32%.