Impeachment: Caiado pede rapidez no Senado

A senadora Ana Amélia (PP-RS) é cotada para ser a relatora da comissão especial

Fonte: divulgação

Nesta segunda-feira, dia 18, o texto do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff chegou ao Senado Federal. A expectativa é que já nesta terça-feira a denúncia seja lida em plenário e que a comissão especial sobre o tema já seja instalada.

Vão ser escolhidos 21 parlamentares para compor o colegiado e, provavelmente, na primeira quinzena de maio o plenário do Senado já deve votar a admissibilidade do processo. Isso significa o acolhimento ou não da denúncia.

Se aprovado por maioria simples, o processo continua e a presidente Dilma é afastada por até 180 dias. O vice-presidente Michel Temer assume interinamente. A senadora Ana Amélia (PP-RS) é cotada para ser a relatora da comissão especial, mas prefere não adiantar de que lado está.

“Estou sub judice e não posso cometer qualquer deslize que possa contaminar o processo. E, aqui no senado, teremos uma enorme responsabilidade sobre os nossos ombros. A sociedade está nos olhando, e nós temos que olhar para a Constituição, que será a nossa Bíblia nessa deliberação”, diz a senadora.

Após a primeira votação no plenário, a comissão produz um novo relatório, que volta a ser votado por todos os senadores e precisa de apoio de, pelo menos, dois terços dos parlamentares da Casa. Se o julgamento do impeachment for aprovado, Dilma fica inelegível por oito anos e o vice Michel Temer assume definitivamente. Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, o processo precisa de agilidade.

“Não tem sentido o Senado procrastinar uma decisão que mostra que o Brasil vive uma situação sui generis, ou seja, uma situação difícil diante da ausência de governo. A partir de hoje, a presidente não tem mais governabilidade alguma”, afirma Caiado.

Já a líder do PCdoB no senado, Vanessa Grazziotin, acredita que a situação ainda pode ser revertida na Casa: “Aqui no Senado, a gente tem uma correlação de forças diferente, uma possibilidade de diálogo. Os próprios parlamentares estão cientes do que está acontecendo, porque os argumentos são políticos, todos”.

João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) do país está satisfeito com a possibilidade de Michel Temer se tornar presidente da República, mas garante que a entidade não tem interesses no novo governo.

“A CNA não vai indicar ninguém para o ministério.  A CNA quer ter absoluta certeza de que a ocupação do ministério da Agricultura deve ser feita por uma pessoa que tenha compromisso com a classe”, diz Martins.

Já o presidente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, diz estar temeroso com relação ao possível novo governo.

“Os nossos maiores temores são os retrocessos das políticas públicas, das políticas constitucionais, como a reforma da Previdência, retrocesso nas políticas públicas de desenvolvimento para o meio rural brasileiro, especialmente na agricultura familiar e reforma agrária. Então, existe, sim, esse perigo e nós vamos ficar muito vigilantes.”