Maggi diz que governo poderá criar crédito para produtores afetados pela greve

Em entrevista, o ministro disse que o governo, provavelmente, terá que deslocar recursos de outras áreas ou projetos para ajudar os produtores afetados pela greve

Fonte: Mapa/divulgação

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, admitiu nesta terça-feira, dia 29, que pode ser necessário que o governo crie algum crédito ou mecanismo para ajudar o setor agrícola, que foi muito atingido pela greve dos caminhoneiros.

Segundo Maggi, uma linha de crédito especial para o setor poderá ser criada nos próximos meses. “Alguns sofreram muito e temos áreas que padeceram, perderam muito o plantel. E o plantel é o capital de uma empresa. Talvez tenhamos que buscar uma saída para isso junto aos órgãos oficiais, uma política mais direcionada a eles”, disse o ministro, que participa nesta terça-feira do Fórum de Investimentos Brasil, na capital paulista. “Ninguém vai dar nada de graça para ninguém, mas tudo o que aconteceu não foi por má gestão (dos produtores)”.

Ainda de acordo com ele, para ajudar os produtores, o governo provavelmente terá que deslocar recursos de outras áreas ou projetos. “Se nesse momento vai ser importante deslocar algum recurso para os produtores. Para eles se organizarem, em detrimento até de um novo projeto de investimento, faremos isso sem nenhum problema. Não creio que teremos que buscar espaço fiscal para isso. É dentro do volume que temos”, disse.

Segundo o ministro, isso será feito dentro da política de teto de gastos do governo. “Com o teto de gastos, estamos todos dentro da mesma caixa. Se for colocar alguém, alguém tem que sair”.

Ainda nesta terça, Maggi se reunirá com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) para avaliar os prejuízos provocados no setor pela paralisação dos caminhoneiros.

“Na parte de grãos, não há nenhum problema, mas na parte de produção de proteína animal, [há] sérios problemas na atualidade e vamos ter muitos problemas para poder sair da situação que nos encontramos”, disse, ressaltando que, apesar disso, o Brasil ainda é um país seguro para investimento.

Sobre a paralisação dos caminhoneiros, o ministro disse que “isso foi uma coisa fora da curva”, mas que o Brasil precisa agora “superar”. “Traz problemas para o país? Traz, de abastecimento. E provavelmente vai ter inflação e falta de produtos em alguns lugares, mas isso faz parte do processo de um país livre, democrático, onde as pessoas podem se manifestar. Tem que juntar os cacos, aprender a lição de tudo o que aconteceu e seguir em frente”, disse.