Os contratos futuros para o milho na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quinta-feira (28) em alta, mantendo-se acima de US$ 8 por bushel. O patamar foi rompido no dia 18 deste mês, pela primeira vez em quase uma década.
Os contratos de milho com entrega em maio fecharam a US$ 8,16 por bushel, ganho de 0,50 centavo de dólar, ou 0,06%, em relação ao fechamento anterior. A posição julho de 2022, por sua vez, fechou a sessão a US$ 8,13 1/2 por bushel, avanço de 1,25 centavo, ou 0,15% em relação ao fechamento anterior.
De acordo com o analista Matheus Pereira, da Pátria Agronegócios, na verdade o mercado do milho em Chicago vem sendo sustentado desde o fim de 2021. Mas as variáveis de 2022 aceleraram o processo de alta.
“Iniciando pelo conflito Rússia e Ucrânia, que estimularam a demanda por cereais que estava concentrada no leste europeu para a América do Sul e do Norte. Somado a isso, temos um novo início do ciclo safra norte-americano, que começa cheio de preocupações, especialmente com os excessos pluviométricos no cinturão agrícola, criando movimentos mais agressivos ao milho em Chicago”.
O analista acredita que esse movimento deverá ser sustentado, uma vez que os mapas climáticos de curto prazo permanecem úmidos na parte do cinturão, impedindo o progresso do plantio em solo norte-americano. “Juntamente a isso, temos no radar de longo prazo previsões mais secas para junho, julho e agosto, períodos cruciais do desenvolvimento do milho nos EUA, mantendo as cotações sustentadas no médio e longo prazo”. afirma Pereira.
Fechamento do milho em Chicago
De acordo com análise da consultoria Safras & Mercado, nesta quinta-feira o mercado de milho buscou suporte na expectativa de continuidade do clima adverso no cinturão produtor norte-americano nos próximos dias. A combinação entre frio e chuva tem impedido o bom andamento do plantio do cereal nos Estados Unidos.
A boa demanda observada para o milho do país também contribui para os ganhos. As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2021/22, com início em 1º de setembro, ficaram em 481,3 mil toneladas na semana encerrada em 21 de abril. Isso representa um avanço de 5% frente à semana anterior e uma retração de 37% sobre a média das últimas quatro semanas. A China liderou as importações, com 165,1 mil toneladas.
Para a temporada 2022/23, a estimativa é de 580 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 500 mil e 1,55 milhão de toneladas, somando-se os dois ciclos produtivos. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao órgão a venda de 1,088 milhão de toneladas de milho à China. Do total, 476 mil toneladas serão entregues na temporada 2021/22 e 612 mil toneladas na temporada 2022/23.