CENÁRIO INCERTO

Ata do Copom mantém tom vigilante e admite ajustes nos juros

Comunicado reforça que a convergência da inflação à meta exige juros em patamar elevado por mas tempo

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Foto: Pixabay

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou que seguirá vigilante na condução da política monetária e admitiu a possibilidade de novos ajustes na taxa básica de juros. A sinalização consta na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (23).

Na semana passada, o colegiado decidiu manter a Selic em 15% ao ano. Além disso, o comunicado destacou que a convergência da inflação à meta exige juros em patamar elevado por período prolongado.

Incertezas no cenário

O Copom apontou que o ambiente segue marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação acima da meta e resiliência na atividade econômica. Também citou pressões no mercado de trabalho e riscos relacionados à política fiscal doméstica.

No campo externo, o comitê acompanha os efeitos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. A avaliação é de que esses fatores exigem cautela na condução da política monetária.

Projeções de inflação

As estimativas de inflação foram mantidas em 4,8% para 2025 pelo Copom, 3,6% para 2026 e 3,4% no primeiro trimestre de 2027 — horizonte considerado relevante para a política monetária. Todos os valores estão acima do centro da meta de 3%.

A projeção considera queda dos preços livres, de 5% neste ano para 3,3% em 2027. Já os preços administrados devem recuar de 4,3% para 3,8% no mesmo período.

Cenário de referência

O cálculo parte de premissas como câmbio inicial em R$ 5,40, bandeira verde de energia até 2026 e trajetória de petróleo alinhada à curva futura nos próximos seis meses. Após esse período, a projeção do Copom assume alta de 2% ao ano.