Mais uma reunião do Banco do Japão (BoJ) sem novidade derrubou o iene de madrugada, enquanto o recuo dos índices PMI na China derrubava o minério de ferro. Na zona do euro, saem hoje a inflação e o PIB/3Tri e, nos EUA, o investidor parece estar tranquilo com o Fed, amanhã. Também no Brasil, não há suspense para o Copom, que voltará a cortar a Selic em 0,50pp, nesta 4ªF. Mas o sentimento aqui é de desconforto com o risco fiscal.
Nesta segunda-feira (30), Haddad não conseguiu convencer que ainda está firme no comando, após Lula condenar a meta de zerar o déficit primário. Hoje, o presidente tem a chance de prestigiar seu ministro ao participar de reunião com Lira e líderes da base na Câmara, às 10h.
Na entrevista, Haddad parecia apreensivo. O ministro contou que, em conversa com Lula na semana passada, o presidente foi “impactado” pela queda da arrecadação e, por isso, saiu dizendo que não vai fazer corte. Haddad disse que apresentou “cenários” e que levou alternativas a Lula, como “medidas previstas para 2024, que podem ser antecipadas para este ano”. Não deu detalhes, mas o mercado não gostou.
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A meta de zerar o déficit já era considerada improvável com um plano sem cortes de gastos e focado no aumento da receita, mas tudo ficou um pouco mais difícil quando o crescimento do PIB acontece até acima do esperado e a arrecadação não acompanha.
Haddad identificou o que estava pegando e apontar para Lula (e também na entrevista) duas distorções fiscais que datam de 2017. Um desses “ralos tributários” é a decisão do STF que retirou o ICMS da base de cálculo do PIS/Confins. O outro, a subvenção do ICMS. “Esses são os dois temas centrais que explicam por que o PIB está crescendo, mas a arrecadação está caindo.”
Haddad explicou que teve uma boa conversa em jantar com Barroso (STF) para fazer uma agenda que corrija essa erosão, e que Lula quer estar presente nas reuniões com os líderes do Congresso para ajudar a destravar a pauta.
Na semana passada, Lira já havia se comprometido com a prioridade dessa matéria. No Senado, Rodrigo Pacheco fez uma fala apoiando Haddad. Disse que o Congresso buscará contribuir com aprovações necessárias para cumprir a meta.
LDO – O parecer preliminar seria votado hoje na CMO, mas a senadora Daniella Ribeiro nem está em Brasília nesta semana, esvaziada pelo feriado de Finados, na 5ªF. O parecer preliminar é uma das primeiras etapas para votar a LDO, que define as diretrizes para elaboração e execução do Orçamento.
AGENDA – O IBGE divulga às 9h a Pnad contínua. Nos balanços. Ambev antes da abertura. Carrefour, CCR, Cielo, Prio, RaiaDrogasil e Telefônica, após o fechamento.
LÁ FORA – O PIB/3Tri e o CPI de outubro da zona do euro abrem o dia, às 7h. Nos EUA, saem o PMI medido pelo ISM de Chicago em outubro (10h45) e o índice de confiança do consumidor do Conference Board (11h). Na Ásia, o índice PMI industrial da China recuou de 50,2 em setembro para 49,5 em outubro. Já o PMI de serviços caiu de 51,7 em setembro para 50,6 em outubro.
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