Economia

Dólar bate R$ 4,40 durante pregão desta sexta-feira, maior valor da história

Mercado repercute avanço do coronavírus, que traz incerteza sobre economia global, e menor taxa de juros no Brasil, que desestimula entrada de dólares no país

dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial abriu a sessão desta sexta-feira, 21, com novas altas à véspera de um feriado prolongado no mercado doméstico no qual favorece a busca por proteção dos investidores. Durante o pregão da manhã, a moeda norte-americana atingiu o valor máximo de R$ 4,409. Este é o maior valor durante uma sessão desde o Plano Real. Nesta quinta, 20, o câmbio chegou a fechar o dia a R$ 4,392. 

O mercado repercute a incerteza global com o avanço do coronavírus. Há um receio de que a doença possa atingir a economia da China e mundial. Indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem produtos.

Outro motivo que tem elevado o valor do dólar é a atual taxa de juros do Brasil, a Selic, que está no menor patamar da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros, como o dólar, no Brasil, também puxando a cotação para cima.

Além disso, a economista da Ourinvest Cristiane Quartaroli explica que quando o investidor estrangeiro olha para o Brasil com o intuito de colocar seu dinheiro aqui, ele percebe, além dessa taxa baixa, uma economia ainda dependente do andamento das reformas.

“Atualmente, essas reformas estão paralisadas e o investidor espera por elas para voltar a investir aqui e colocar seus dólares no mercado brasileiro”, explica. Para ela, além da questão externa, com o coronavírus, o Brasil possui uma economia fragilizada e dependente das reformas.