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Dólar sobe pelo 5º pregão seguido, bate recorde e fecha a R$ 4,445

De acordo com especialista, nem a interferência do Banco Central foi suficiente para segurar a taxa de câmbio, que chegou a testar R$ 4,45

notas de dólar espalhadas em círculo
O coronavírus segue como principal fator a influenciar o dólar. Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou esta quarta-feira, 26, com alta de 1,16% no mercado à vista, cotado a R$ 4,445 para venda, renovando a máxima histórica de fechamento pelo quinto pregão seguido, em sessão curta após o feriado prolongado.

De acordo com a consultoria Safras, além do ajuste do mercado doméstico na volta do Carnaval, o temor global com o coronavírus manteve o ambiente de aversão ao risco. “Mesmo com a intervenção do Banco Central, a moeda chegou a buscar o patamar inédito de R$ 4,45”, informa.

O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, ressalta o movimento de ajuste aos dois dias em que o mercado doméstico ficou fechado enquanto o cenário externo reagia ao estresse nos ativos globais devido à disseminação do coronavírus em vários países fora da Ásia, principalmente, na Europa. Ao redor de 40 países já confirmaram casos da doença, incluindo o Brasil.

“Além de acompanhar o exterior, aqui também repercutiu negativamente o vídeo do presidente Jair Bolsonaro convocando manifestações contra o Congresso Nacional, o que poderá atrasar a agenda de reformas”, comenta Esquelbek.

A fim de conter uma euforia na abertura dos negócios, no qual o dólar poderia ter se aproximado dos R$ 4,45 às 13 horas – quando o mercado local iniciou as operações – segundo o operador de mesa de uma corretora local, o BC anunciou antes a operação de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – colocando no mercado US$ 500 milhões no início da tarde. “Ainda assim não impediu que o real fosse a moeda [de país] emergente que mais sofreu no dia de hoje”, acrescentou o profissional da Correparti.

O Banco Central fará outra operação nesta quinta-feira, 27, logo após a abertura com um montante de até US$ 1 bilhão. “Mesmo com a ação do BC amanhã, o dólar tem respaldo para romper o nível de R$ 4,45”, avalia o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.