Economia

FMI diz que PIB do Brasil terá queda de 9% em 2020

Em relatório, o Fundo Monetário Internacional destaca que o Brasil está entre os países que mais sofrerão com os efeitos da crise do coronavírus na América Latina

Paulo Guedes
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A pandemia do novo coronavírus deve trazer um impacto mais negativo na economia mundial no primeiro semestre de 2020 do que o previsto, e a recuperação deve ser mais gradual do que o esperado anteriormente. Por isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma contração global de 4,9% para este ano, contra 3%. Para 2021, o Fundo projeta crescimento de 5,4% ante expansão de 5,8% projetada no relatório anterior. Em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu 2,9%.

Assim como nas projeções de abril, o FMI alerta que há um grau de incerteza acima do normal em torno das novas previsões, que tem como cenário base suposições importantes sobre as consequências da pandemia.

Brasil

A economia brasileira deve encolher 9,1% neste ano com o agravamento dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. O Fundo Monetário Internacional (FMI) previa em abril uma queda de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no país. No ano passado, o Brasil cresceu 1,1%.

Em 2021, no entanto, deve haver uma recuperação mais sólida, com crescimento de 3,6% ante expansão de 2,9% projetados em abril. No relatório, o fundo não traz detalhes sobre a performance da economia brasileira em meio à
pandemia, mas destaca que o Brasil está entre os países que mais sofrerão com os efeitos da crise na América Latina.

China

Para a China, o PIB também foi reduzido neste ano e no próximo. Porém, o rebaixamento foi menor do que em outras economias, uma vez que o país já começou sua recuperação ante os impactos da pandemia do novo coronavírus.

A previsão para o crescimento da economia da China neste ano caiu para 1%, ante projeção anterior de alta de 1,2%, divulgada em abril. Para o ano que vem, a projeção caiu de 9,2% para 8,2%. Em 2019, a economia chinesa
cresceu 6,7%.

“Na China, onde a recuperação no primeiro trimestre está em andamento, o crescimento é projetado em 1% em 2020, apoiado em parte por estímulos políticos”, diz o FMI. O forte crescimento do PIB chinês em 2021 deve apoiar a economia global, segundo o relatório.

“A desaceleração pode ser menos severa do que o previsto se a normalização econômica prosseguir mais rapidamente do que o esperado atualmente em áreas que foram reabertas – por exemplo, na China, onde a recuperação de investimentos e serviços até maio foi mais forte do que o previsto”, afirma.