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Guedes: Previsões de recessão em 2022 são exageradas, mas inflação vai incomodar mais

"Inflação está subindo, tipo chato, de choque de oferta, subida de custo, de energia, combustível, energia. Por isso não vamos crescer 4,5%, 5%, vai crescer bem menos", disse o ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou como “exageradas” as previsões de que a economia brasileira sofrerá recessão no próximo ano, mas reconheceu que a inflação “vai incomodar mais”.

“Inflação está subindo, tipo chato, de choque de oferta, subida de custo, de energia, combustível. É do tipo indigesto, muito ruim, desacelera, sim, por isso não vamos crescer 4,5%, 5%, vai crescer bem menos. Mas partir daí para dizer que vamos ter recessão, é de novo da turma da falsa narrativa. Não é isso que vai acontecer”, afirmou Guedes no 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), nesta terça-feira (30).

Para Guedes, não é possível falar em recessão da economia, mas, sim, numa “desacelerada forte”. “Juros subindo, justamente para combater a inflação. Está tranquilo quando os juros estiverem na frente da inflação”, continuou o ministro, elogiando a atuação de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central e afirmando que é do “tempo” em que se derrubava a inflação a “machadada”. “Tem toda metodologia de combate baseada nas metas de inflação, nos avisos. A geração antiga derrubava inflação a machadada”, afirmou o ministro, que ressaltou o desemprego caindo em “alta velocidade”.

Questionado ainda sobre as perspectivas para a construção civil em 2022, Guedes disse que será um ano “com muito barulho político”. “Eu acho que vai haver crescimento, mais baixo, porém haverá. Nós, setorialmente, podemos minimizar o impacto se conversarmos. Temos ferramentas, seja alongamento das prestações, dos prazos, para tornar coisa compatível, seja recursos do Auxílio Brasil que vamos dar”, disse o ministro, falando ainda em “acelerar um pouco a abertura da economia” em setores que estejam “exagerando nos reajustes”.

“Para não deixar um setor explorar o outro só porque está com a economia superaquecida”, completou.