APÓLICES

Indenizações solicitadas às seguradoras pela tragédia no RS somam 1,6 bilhão

Por enquanto, cobertura para cobrir impactos do agronegócio está calculado em 47 milhões

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Foto: Defesa Civil/RS

As indenizações solicitadas às seguradoras em função das enchentes no Rio Grande do Sul já somam 1,6 bilhão de reais. No entanto, de acordo com o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo Oliveira, o valor final será muito maior.

“Grande parte dos sinistros não foi avisado e os sinistros que foram avisados, os de grandes riscos, por exemplo, são difíceis de estimar o verdadeiro impacto. Portanto, esse primeiro número que nós estamos divulgando é apenas um retrato, uma foto de hoje”.

Segundo ele, grande parte desses sinistros têm relação com habitação, enquanto o impacto no agronegócio deve ultrapassar 47 milhões de reais. Apesar de se tratar do maior evento climático da indústria de seguros, ele garante que as empresas do ramo possuem reservas financeiras técnicas para cobrir todas as apólices.

“Nós temos hoje aproximadamente 23.400 sinistros avisados no Rio Grande do Sul, a maioria no ramo residencial e habitacional. É uma situação realmente bastante crítica. […] É importante dizer que não haverá nenhum problema de liquidez dentro do sistema de seguros brasileiro”.

Seguradoras e os desastres naturais

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud enfatiza que o Brasil sofre, no mesmo ano, problemas de seca e de enchentes por conta de seu tamanho continental e, mesmo assim, segue como um dos principais produtores de alimentos do mundo.

“No entanto, quando se olha uma apólice de seguros, é possível ver que os danos causados por desastres naturais são pouco cobertos, a não ser que o segurado peça. […] Os proprietários rurais será que possuem esse tipo de cobertura em suas edificações? O seguro hoje é quase que impeditivo no campo exatamente por conta de eventos localizados em uma mesma região com potencial de sinistralidade maior”.

De acordo com ele, a solução, que vem sendo discutida há anos, é o fundo de catástrofe, que já foi aprovado no Congresso, mas ainda demanda de orçamento. “O ideal é que esse fundo tenha em torno de 50 a 60 bilhões de reais, que é o dinheiro que o governo federal prometeu para o Rio Grande do Sul. Mas se já houvesse esse fundo constituído, sairia mais barato para todos e os seguros teriam mais abrangência”.