RELATÓRIO DE ASSOCIAÇÃO DE CRÉDITO

Previsão de alta do PIB 2024 sobe a 2,3% por expectativa de mais estímulos do governo

Acrefi revisou projeção julgando que governo tem acentuado medidas de estímulo para impulsionar mais rapidamente o crescimento econômico

Banco Mundial, pib
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2% para 2,3%. A revisão, feita pelo economista-chefe da entidade, Nicolas Tingas, consta do relatório “Financeiro Acrefi” divulgado neste fim de semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou recentemente que o governo federal pode elevar a estimativa de crescimento de 2024 de 2,2% para 2,5%. 

O mercado, de modo geral, também vem revisando sua projeção de PIB para cima por considerar que o governo, que tem acentuado medidas de estímulo para impulsionar mais rapidamente o crescimento econômico.

Essa observação é realçada por Tingas no relatório da Acrefi. De acordo com economista, a reação do governo vai se somar ao já esperado aumento de gastos em anos eleitorais. 

Este ano, em especial, a atual gestão federal pretende fazer uma intensiva nos gastos para recuperar os municípios governados pela oposição bolsonarista, segundo o relatório. Essa conjunção de esforços deve enfraquecer a herança contracionista trazida para este começo de ano pela desaceleração do ritmo de crescimento do PIB no fim de 2023.

“O governo, inclusive agora reagindo à recente queda de popularidade, tem acentuado medidas e estímulos para impulsionar mais rapidamente o crescimento econômico”, afirma o economista da Acrefi.

Na outra ponta, destaca Tingas, o Banco Central (BC) manifesta maior incerteza com relação ao cenário futuro, indicando cautela na trajetória de redução da taxa básica de juros.

Na avaliação do economista, a postura do BC tem a ver com a abordagem do governo federal, de alavancar a demanda agregada da economia, acrescida significativamente pelos elevados gastos eleitorais de estados e municípios combinados com uma expansão franca do crédito privado, a partir de medidas em elaboração, aprovação competente, e implementação pelo Ministério da Fazenda.

“O agregado macroeconômico de maior emprego, renda, e crédito em seu clássico efeito multiplicador da renda disponível no curto e médio prazo elevará o PIB de 2024 para um patamar acima das expectativas atuais”, reforça Tingas, que também eleva sua projeção para a Selic terminal neste ano de 9% para 9,25% ao ano.