Economia

Rabobank projeta dólar a R$ 4,25 no fim de 2020

Esse cenário, segundo a instituição, é consistente com a projeção de aceleração do PIB em 2020 para 1,8% e, 2,4% em 2021

Foto: Pixabay

Em um movimento orquestrado, os Bancos Centrais de economias avançadas anunciaram nova rodada de afrouxamento monetário para atenuar o impacto econômico do novo coronavírus (SARS-CoV-2). O Banco Central do Brasil (BCB) também sinalizou que monitora os efeitos da Covid-19 sobre a economia e condições financeiras brasileiras.

Na opinião do BCB, o efeito deflacionário da desaceleração global proveniente dos esforços de contenção do novo vírus tende a dominar o efeito inflacionário da deterioração das condições financeiras, especialmente a desvalorização do câmbio.

Partindo da premissa de que não haverá retrocesso nos avanços institucionais conquistados até aqui (responsabilidade fiscal, expectativas de inflação comportadas e racionalização da máquina pública), o Rabobank avaliou que há espaço para o Copom acompanhar seus pares e promover mais estímulos monetários, levando a Selic para 3,5% a.a neste ano. Com as expectativas ainda bem ancoradas, estimamos que a inflação chegue a 3,4% e 3,7% no final de 2020 e 2021, respectivamente.

Esse cenário, segundo a instituição, é consistente com a projeção de aceleração do PIB em 2020 para 1,8% e, 2,4% em 2021, apesar da acumulação de riscos baixistas nos últimos dias. A pressão sobre os ativos de risco, especialmente os de economias emergentes, fez com que o real atingisse novas mínimas históricas, levando o BCB a anunciar uma série de intervenções para corrigir eventuais disfuncionalidades cambiais. Assumindo que os efeitos da Covid-19 na economia brasileira sejam relativamente amenos, há alguns vetores de apreciação para a moeda brasileira até o final do ano.

 

Primeiro, em resposta aos estímulos do BCB, a atividade pode se estabilizar e acelerar no segundo semestre de 2020. Além disso, a recomposição da coordenação entre os poderes, apesar de agenda congressual apertada devido às eleições municipais, ainda permitiria o avanço de pautas reformistas. Posteriormente, pode haver uma convergência do real para preços mais próximos de seu valor justo que, segundo os modelos do banco, situam-se entre 4,25 (por USD) no fim de 2020 e 4,15 no de 2021, ainda que com viés de alta.