PRODUÇÃO DE JUNCO

Produção de junco valoriza cultura japonesa e impulsiona turismo rural

Com criatividade e resiliência, Douglas Naoi mantém viva no Vale do Ribeira (SP) a tradição japonesa do junco e fortalece o turismo rural

Douglas Massayuki Naoi, empreendedor do Vale do Ribeira (SP), mantém a produção do junco. Foto: Divulgação | Canal Rural
Douglas Massayuki Naoi, empreendedor do Vale do Ribeira (SP), mantém a produção do junco. Foto: Divulgação | Canal Rural

Na região de Registro, interior de São Paulo, uma planta originária do Japão se transformou em motor econômico para pequenos produtores. O junco, trazido por imigrantes em 1933, encontrou solo fértil na região e enraizou mais do que uma tradição: virou sustento, identidade e agora, uma vitrine para o turismo.

“Meu pai viu no junco uma possibilidade de negócio e estamos aqui até hoje”, conta Douglas Massayuki Naoi, empreendedor rural. À frente da fábrica ‘Dai Artefatos’, Naoi lidera a produção de esteiras e acessórios artesanais.

Os produtos, feitos com matéria-prima local, chamam a atenção pela beleza e sustentabilidade. “Aqui na nossa fábrica a gente faz a esteiras, chinelos, esteira de praia, jogo americano, bolsas.”

Com o passar dos anos, a cultura de consumo dos produtos feitos com junco foi sendo substituída por novos hábitos.

“Na época eu lembro que você ia à praia e só via esteira. Depois, surgiram as cangas, cadeira de praia, etc. Então não foi uma substituição direta, foi uma mudança de mentalidade”, explica Naoi.

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Duas pessoas olhando para a secagem da plantação de junco
Douglas Massayuki Naoi e Regiane Macedo, consultora do Sebrae/SP, observam a secagem do junco. Foto: Divulgação | Canal Rural

Tradição que virou destino turístico

A força da tradição e a originalidade do artesanato abriram espaço para algo novo: o turismo rural. “O turismo rural agrega valor, não só ao produto, mas também a história, tradição e a cultura da imigração japonesa”, explica o empreendedor, que entrou para o Rota da Imigração Japonesa, projeto desenvolvido com o apoio do Sebrae e de outras entidades como o Senar.

“A propriedade do  Naoi, foi inserida dentro do roteiro da imigração japonesa pela importância e riqueza desse trabalho. Não tem como falar dos japoneses, da colonização e não falar do junco que é tão nosso aqui”, esclarece Regiane Macedo, consultora do Sebrae/SP.

O junco, uma planta simples, segue tecendo histórias, fortalecendo famílias e inspirando quem acredita no poder do empreendedorismo. Por trás de cada peça vendida, há um processo artesanal que exige dedicação e tempo e, claro, há um elo entre passado e presente, tradição e inovação que você pode conhecer.

Porteira Aberta Empreender

Quer saber mais sobre a Rota da Imigração Japonesa no Vale do Ribeira? Então assista ao programa Porteira Aberta Empreender, nesta quinta-feira (3), às 17h45.

Arte com os horários do programa Porteira Aberta Empreender
Às quintas-feiras, às 17h45, no Canal Rural. Foto: Arte Divulgação | Canal Rural