Mercado e Cia

Acordo China-EUA: ‘Exportação de soja do Brasil vai ser até maior’

Consultoria Datagro afirma que produtores dos EUA sofreram com problemas climáticos e que estão com estoques limitados; para 2021, mercado deve voltar ao normal, com EUA e Argentina como concorrentes

A consultoria Datagro estima que o acordo comercial, assinado nesta quarta-feira, 15, entre Estados Unidos e China, não deve impactar o volume de soja exportado pelo Brasil neste ano. O analista de mercado Flávio França Jr. afirma que no curto prazo, os produtores rurais brasileiros podem vender em 2020 um volume maior do que no ano passado.

“Em volume, que é a preocupação de que a China passe a não comprar, não vejo problema para 2020. E em 2021, vamos voltar ao ritmo normal, com competição entre Brasil, Argentina e Estados Unidos”, ressalta.

França Jr. afirma ainda que a China confirmou que não vai comprar soja apenas do mercado norte-americano. Outro fator que pesa no curto prazo é que os produtores rurais dos Estados Unidos tiveram uma safra ruim, que após problemas climáticos é esperada abaixo de 100 milhões de toneladas. 

“Mesmo usando estoques da safra anterior, os EUA têm limites para vender. A China tem como buscar soja de outras origens. Os chineses vão continuar comprando (do Brasil)”, explica.

Outro motivo que reforça os baixos impactos no mercado de soja do Brasil neste momento é que cerca de metade da safra de soja já foi comercializada. “Então a situação é mais positiva para o curto prazo e mesmo para 2021, nada anormal. Nós só voltamos para o mundo real, que tínhamos em maio de 2018”.

Preço em Chicago

Para ele, com a assinatura da primeira fase do acordo, o mercado deve voltar ao normal, que para a consultoria deve voltar a subir entre U$S 10 por bushel ou até acima desse patamar. “Portanto, nosso preço de exportação deve ser melhor que no ano passado”, diz. O milho na bolsa internacional também poderia ter um incremento, seguindo o movimento da oleaginosa.