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“Indicação de Trump à Suprema Corte pode ter efeito contrário nas urnas”

Com nomeação de Trump para nova vaga na Suprema Corte, democratas entram em revolta

A semana deve ser tumultuada com a corrida pela presidência dos Estados Unidos. O atual presidente, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 21, faltando 50 dias para eleições, que deve indicar um novo nome para assumir a vaga da Suprema Corte que ficou vazia após a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg, na última sexta-feira.

A declaração provocou revolta entre os democratas, já que o Senado bloqueou uma nomeação parecida pelo ex-presidente Barack Obama em 2016, alegando ser ano eleitoral. O partido alerta que a aplicação de juízes conservadores pode beneficiar Trump na apuração dos votos.

A suprema corte dos Estados Unidos possui cinco juízes indicados pelos republicanos, enquanto quatro deles foram nomeados pelos democratas. Com a morte de Ruth Ginsburg, a escolha de Trump pode ampliar vantagem em seis contra três.

Sobre a nomeação de Trump, o professor de economista da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi explica avalia como uma decisão preocupante. “Já temos o Senado e a presidência também nas mãos dos republicanos. Agora se levarmos também a corte suprema norte-americana seria extremamente preocupante porque nós daríamos um desequilíbrio ideológico que duraria por muitos anos, dado que esse carga é vitalício. Certamente, quem defende essa nomeação está tomando uma posição absolutamente partidária”.

O professor acredita que medida afetaria no equilíbrio ideológico para poder restituir uma união, já que o país norte-americano se encontra completamente dividido. “Esse oportunismo ideológico e partidário é de um individualismo ruim e abandona uma visão do país e assume uma posição partidária, absolutamente partidária”, completa.

Em relação às consequências das eleições americanas no agro brasileiro, Grisi acredita que melhor opção para o Brasil seria a vitória do partido democrata. “Há uma relação muito forte entre o presidente brasileiro e americano, mas o fato é que do lado de políticas comerciais, o partido democrata é mais aberto, menos protecionista e ele consegue conviver melhor com os problemas brasileiros do que o partido atual”, finaliza.