Agronegócio

Plano Safra: 'É preciso equilíbrio entre juros e volume de crédito rural'

O comentarista Ivan Wedekin analisa quais devem ser as decisões do governo no anúncio para a temporada 2020/21, esperado para o dia 15 de junho

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, confirmou com exclusividade ao Canal Rural que o Plano Safra 2020/2021 será anunciado no dia 15 de junho. O agendamento da data só foi possível porque nesta quinta-feira, 21, Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 8/2020, que abriu crédito suplementar de R$ 343,6 bilhões nos orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União. Parte desse recurso, aproximadamente R$ 4,9 bilhões, vão ser destinados ao Ministério da Agricultura.

De acordo com o comentarista do canal Rural Ivan Wedekin, o que falta definir é como serão os juros praticados e o volume de dinheiro destinado para o produtor rural.”Certamente teremos uma redução na taxa de juros, pois o custeio, em momentos de crise, é uma prioridade ainda maior. O governo também vai alocar um bom volume de recursos para investimento e deverá também reduzir algumas taxas nesses financiamentos de longo prazo, que melhora a tecnologia na agricultura”, disse.

Na opinião de Wedekin, é possível chegar a uma taxa de juros abaixo dos 3% para pequenos produtores. “Pegando os grandes produtores rurais, a taxa de juro atual é de até 8%. Acho que o governo tem condição de baixar para até 6%, para médio produtores de 4% a 5% e, pequenos, de 2,5% a 3%. Esses percentuais serão discutidos, sem dúvida, nas próximas duas semanas.”

O capital de giro tem se mostrado o principal motor das atividades, tanto que o Banco Central tenta aquecer a economia com diversas linhas de crédito para diferentes setores e, segundo o comentarista, no agro o investimento deverá ser feito em linhas de maior prazo . “Na agricultura, nos últimos 10 meses, o volume de crédito para investimento cresceu 18%. Produtores estão entusiasmados com o dólar favorável para as exportações e eu entendo que o governo deverá priorizar algumas linhas de crédito de investimento para armazenagem, inovação e agricultura de baixo carbono. Então, algumas linhas como máquinas e equipamentos tenham que trabalhar com uma taxa de juros sem tanta ajuda do Tesouro Nacional”, finalizou.