O Grupo Canastra surgiu em 2012, a partir da ideia de dois agricultores mineiros. Paulo Sérgio Soares e Carlos de Simoni Silveira resolveram criar uma associação para unir os produtores da região de Passos e São João da Glória, em Minas Gerais. Ao sentirem a necessidade de estocar e armazenar seus produtos com segurança, menos de um ano após a sua fundação, o grupo começou a colocar em prática a ideia de construir um silo.

– É sabido que no Brasil há um déficit muito grande de armazenagem da produção de grãos, que cresce ano após ano. Aqui, por exemplo, eles podem vender parte da produção pra custear algumas despesas e o restante, no momento mais propício, normalmente na entressafra, quando os preços são mais convidativos – diz o gerente de negócios do Banco do Brasil, Luciano Vieira, que também é parte da realização desse sonho.

Atualmente, são quatro silos que, juntos, têm capacidade para armazenar 21 mil toneladas. As unidades guardam milho, soja, sorgo e girassol. No maior silo cabem 75 mil sacas. Lá são armazenados produtos de produção própria e de outros agricultores. A estrutura só não é maior que o orgulho por esse empreendimento, que tem um significado bem especial: é resultado da união e de uma grande amizade. Hoje, a sociedade é composta por seis amigos. 

– Nós construímos um armazém maior do que eu e os sócios conseguimos produzir para atender aos amigos produtores. Nós vamos prezar muito pela transparência do que estiver armazenado lá, para que o produtor tenha realmente a certeza de que o produto dele está armazenado em boas condições – explica Silveira.

Mais do que continuar na atividade, eles estão investindo para sofrer menos com as oscilações do mercado. No total foram R$ 9 milhões, sendo R$ 3,8 milhões dos produtores e R$ 5,2 milhões financiados pelo Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).

– Mais de 50% da parte civil da obra foi financiada pelo Banco do Brasil, numa condição muito boa de pagamento, com um prazo longo, com uma taxa de juros muito boa, subsidiada e isso, com certeza, garantiu a execução desse empreendimento, porque nós não tínhamos todos os recursos para completar a obra – afirma Soares.