Anderson Faheina, de 36 anos, era adolescente quando o pai largou as farmácias em Natal, no Rio Grande do Norte, para plantar cana-de-açúcar. O jovem tomou gosto pela vida no campo, estudou agronomia e administração e colocou a formação em prática na propriedade da família.

Hoje, a fazenda Extrema, localizada no município de Pureza, tem 140 hectares de canavial. Faheina explica que o primeiro corte está muito vigoroso e que a expectativa é de alto peso, gerando uma produtividade bem significativa. A previsão é de 10 mil toneladas já a partir de outubro. A produção é fornecida para usinas de etanol e açúcar da região.

Para custeio da safra, o produtor contou com recursos do Banco do Brasil. Foram R$ 98 mil disponibilizados pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural Custeio, o Pronamp Custeio.

– Preciso todos os anos para a manutenção do canavial. E a gente faz um tratamento especial com matéria orgânica, com adubo adequado e irrigação na hora certa para suplementar a cana e garantir uma produtividade diferenciada – explica.

Outra parte da matéria-prima é beneficiada dentro da propriedade e vira cachaça. Atualmente, são 40 mil litros por ano da marca própria da bebida, que é distribuída em todo o país.

Até 2012, Faheina gastava cerca de R$ 400 mil, na colheita, com serviços de mão-de-obra e aluguel de máquinas. Essa realidade mudou há dois anos graças ao financiamento do BB. Com ele, o agricultor comprou uma colhedora e reduziu os gastos pela metade. O investimento foi de R$ 1,5 milhão com o Programa de Sustentação do Investimento, o Finame Rural PSI, que facilita a compra de máquinas, tratores e implementos agrícolas novos e fabricados no país.

– Imagina o que é contratar 200 homens, o que é gerir 200 homens e hoje o que é fazer a gestão de dois operadores. Muito mais simples! Além de tudo, a máquina pode cortar em uma necessidade, em um feriado, esticar o horário – exalta.

O maquinário de última geração é o mesmo utilizado nas grandes usinas do Brasil. Tem uma cabine de comando onde o operador não apenas dirige como também controla todos os recursos pra garantir o melhor corte e carregamento. A produtividade aumentou e o lucro está pagando o investimento. 
– A gente deu 10% de entrada e já vai mais dois anos de pagamento. No total, já estamos 30% quitados com essa máquina – afirma.

O período de safra foi otimizado. Agora, é ele quem aluga o maquinários para os vizinhos. O produtor utiliza a colhedora de três a quatro meses na fazenda Extrema e mais dois meses em canaviais de terceiros.