Argentina enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos com preocupações com produção de grãos Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Internacional

Argentina enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos com preocupações com produção de grãos

Situação agrícola do país pauta entrevista do Canal Rural com Flávio França Júnior, da Datagro

A situação da estiagem na Argentina se agrava a cada dia e preocupa os agricultores. De acordo com dados da Bolsa de Comércio de Rosário, com a seca extrema, a produção de soja deve ser 45% menor em relação ao esperado.

+ Leia as últimas notícias de Internacional no site do Canal Rural

Para a safra de trigo, a queda deve ser ainda maior em termos percentuais, com recuo de 50% ante o ciclo passado. Isso representará a pior safra em 13 anos.

Sobre a quebra de safra da Argentina por causa das condições climáticas e o que isso pode resultar para o agronegócio brasileiro, o chefe do setor de grãos da consultoria Datagro, Flávio França Júnior, concedeu entrevista ao Canal Rural. Ele conversou com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva durante a edição desta quarta-feira (5) do telejornal ‘Mercado & Companhia’.

Entrevista sobre a estiagem na Argentina

argentina
Foto: Pixabay

Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista com Flávio França Júnior. Em destaque, a estiagem da Argentina.

1 — Essa é a maior seca em 60 anos da Argentina, prejudicando o gado e as lavouras de soja, milho e trigo. Quais as perdas para esses setores?

Os números ainda não são definitivos. Pelo clima irregular, muita área não foi plantada ou foi plantada fora do período ideal. O clima de chuvas escassas segue em praticamente todas as regiões produtoras. Os volumes estão caindo semana após semana. A gente está considerado a safra de soja abaixo de 25 milhões de toneladas. E a safra de milho, outra grande safra de verão da Argentina, deve ficar abaixo das 30 milhões de toneladas.

“Já são perdas superiores a 50%. É um desastre completo para o país” — Flávio França Júnior

Para se ter uma ideia do tamanho do estrago: era esperado, em condições normais, safra de 50 milhões de toneladas de soja e de 55 milhões de toneladas de milho. Já são perdas superiores a 50%. É um desastre completo para o país. E é isso que tem ajudado a manter os preços aquecidos neste primeiro semestre. Por consequência, isso tem ajudado a remunerar melhor os produtores rurais brasileiros.

Foto: Canal Rural Mato Grosso

2 — Os agricultores argentinos já enfrentam perdas de cerca de 50 milhões de toneladas a menos na safra de grãos. Existe a possibilidade dessa previsão piorar?

Pela ótica do produtor argentino: infelizmente, sim. Tem bastante lavoura ainda necessitando de umidade, onde a produtividade ainda não foi encerrada. Esses números estão em aberto e podem ser ainda mais reduzidos no decorrer das próximas semanas.

3 — Como o corte na previsão da safra de grãos pode colocar o Brasil em destaque para as exportações mundiais de farelo de soja? A Argentina pode perder o posto de maior exportadora?

Não há nem dúvidas. Com esse tamanho de safra, eles [argentinos] não têm nem condições de ao menos se aproximar dos números embarcados na temporada anterior. Sem dúvida, o Brasil assume a liderança nas exportações de farelo de soja e, muito possivelmente, de óleo. Também, provavelmente, vai assumir a liderança mundial na exportação de milho.

4 — Mas o Brasil tem estoque suficiente para atender essa demanda mundial?

No caso da soja, nós já temos essa disponibilidade, a safra está garantida. Estamos falando em 153 milhões de toneladas, um recorde. Podemos atender esse buraco, essa falta de produto da Argentina, na parte de farelo e óleo.

O milho ainda está em aberto. Fechamos agora o plantio de inverno, que é a grande safra brasileira e teve aumento de área plantada. Temos, agora, que monitorar o clima nos próximos 90 dias para confirmar esse número, que hoje está em 128 milhões de toneladas.

Editado por: Anderson Scardoelli.

_____________

Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Siga o Canal Rural no Google News.

Sair da versão mobile