Agricultura

Índice de Preços de Alimentos da FAO cai pelo 6º mês seguido

Mesmo diante da redução dos preços, a organização pontua que os valores seguem altos quando comparados com o que era registrado no mesmo período de 2021

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou na manhã desta sexta-feira (7) a edição de outubro de seu indicador mensal de preços de alimentos no mundo. Pela sexta vez, o valor caiu. Os valores em questão são referentes a setembro. No comparativo com agosto, a queda foi de 1,1%.

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“A queda em setembro foi impulsionada por uma forte queda nos preços internacionais de óleos vegetais e quedas moderadas nos de açúcar, carnes e laticínios, mais do que compensando uma recuperação no subíndice de preços de cereais”, afirma a equipe da FAO em comunicado oficial.

Mesmo diante da redução dos preços, a organização pontua que os valores seguem altos quando comparados com o que era registrado no mesmo período de 2021. “Apesar da nova queda, o FFPI manteve-se 7,2 pontos (5,5 por cento) acima do seu valor no mês correspondente do ano passado”, alerta a entidade.

Dos cinco grupos que formam o índice geral de preços da FAO, quatro deles tiveram queda no mês passado — quando comparados com os números referentes a agosto. Isso ocorreu com óleos vegetais (-6,6%), produtos lácteos (-0,6%), carne (-0,5%) e açúcar (-0,7%).

Índice de preços de alimentos da FAO: cereais

trigo
Trigo. Foto: Divulgação/Câmera de Comércio Árabe Brasileira

O único grupo que oscilou para cima foi o de cereais, com alta de 1,5% de um mês para outro. De acordo com a entidade vinculada à ONU, o aumento se deu por causa de fatores relacionados à guerra entre Rússia e Ucrânia, que até então se destacavam no cenário internacional como grandes produtores de grãos e fertilizantes.

“Em setembro, os preços internacionais do trigo se recuperaram 2,2%, sustentados pela maior incerteza sobre a continuação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro além de novembro e o impacto potencial nas exportações da Ucrânia”, observa a equipe da FAO.

“Além disso, as preocupações com as condições de seca na Argentina e nos Estados Unidos da América, bem como o ritmo acelerado das exportações da União Europeia, além da maior demanda interna do bloco por trigo em meio à oferta mais apertada de milho, forneceram mais apoio aos preços do trigo.”