NA BÉLGICA

Protesto de fazendeiros contra medidas ambientais leva centenas de tratores às ruas

Produtores se manifestam contrários às políticas da União Europeia que, na visão dos manifestantes, os acusa de poluir a terra, os céus e as cidades

Protesto fazendeiros Bruxelas
Foto: Reprodução Redes Sociais

Ao menos 1,2 mil fazendeiros com 500 tratores participaram de um protesto na capital da Bélgica, em Bruxelas, na manhã desta terça-feira (4).

A manifestação foi contra a política agrícola da União Europeia e organizado pela entidade holandesa “Farmers Defence Force” (Força de Defesa dos Agricultores, em tradução livre).

O evento acontece dois dias antes do início das eleições para o Parlamento Europeu – marcado para acontecer entre 6 e 9 de junho – e levou a seguinte mensagem de repúdio: “Não a Ursula von der Leyen e não ao Acordo Verde”. Ursula é a atual presidente da Comissão Europeia.

Contudo, segundo a polícia de Bruxelas, a participação foi muito menor do que os 5 mil veículos esperados pela associação. Não houve registro de conflitos entre os manifestantes e as forças de segurança.

Protesto contra acordos ambientais

Na manifestação, centenas de tratores holandeses cruzaram a fronteira belga em uma procissão de mais de oito quilômetros, decorados com bandeiras nacionais e faixas contrárias aos acordos ambientais que estão em pauta na União Europeia.

Na ocasião, os produtores italianos Salvatore Fais e Guido Marini criticaram o bloco por acusar os agricultores de “poluir a terra, os céus e as cidades”, impondo a produção reduzida, concorrência desleal e a integração forçada na Europa.

Fais concluiu com um apelo à união: “Agricultores europeus, só juntos podemos mudar nosso destino, unidos venceremos”.

Manifestação rejeitada

Apesar disso, o protesto foi rejeitado pelos principais grupos agrícolas do continente, que disseram que a manifestação não refletia as preocupações de seus membros.

O evento desta terça-feira é a mais recente movimentação de uma onda de protestos de agricultores que já dura meses em toda a Europa. Por lá, trabalhadores agrícolas têm denunciado os baixos preços dos alimentos, a regulamentação excessiva e os acordos de livre comércio que, segundo eles, os deixam lutando para competir com importações baratas.