Mato Grosso

Chuva irregular ameaça desempenho da soja precoce em Mato Grosso

Produtores em Nova Mutum estimam perdas de até 30% na plantação de soja por causa do estresse hídrico

Os meses de setembro, outubro e novembro de 2022 registraram volumes de chuvas abaixo da média nas principais regiões produtoras de soja de Mato Grosso. Em Nova Mutum, médio-norte do estado, muitas áreas foram castigadas pela baixa umidade. Por lá, tem agricultor estimando perdas de até 30% na plantação mais adiantada, por causa do estresse hídrico.

A situação vista nas lavouras de soja precoce diante a falta de chuva é o tema desta semana do episódio 63 do Patrulheiro Agro.

Levantamento realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), através das estações meteorológicas do Aproclima, revela que no acumulado de setembro a novembro não ultrapassa 500 milímetros o volume de chuvas registrado no estado.

A realidade atrapalha o desenvolvimento das lavouras e, segundo a entidade, pode prejudicar o resultado final da produtividade esperada na safra 2022/23.

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“O ideal é se ter de cinco a seis milímetros por dia e se a gente pegar o acumulado do mês de novembro nós temos menos de três milímetros por dia e ainda chuvas mal distribuídas”, pontua o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Beber.

Produtores estimam quebra de 30% na soja

“O que era para voltar não volta mais. Eu acredito que vá dar uns 30% de quebra”, comenta Alexandre André Rockenback, produtor em Nova Mutum, cujas lavouras estão castigadas pela baixa umidade.

Na propriedade de Thierri Heineck a situação não é diferente. De acordo com ele, já é possível observar a soja “toda murcha” às 8h da manhã na lavoura.

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“Se chover vai amenizar as perdas. Mas, perdas já tem sim. Pelo conhecimento que temos com seca, eu acho que há partes que perdi 20%. Tem partes que pode chegar a mais e outras não. E, olha lá se pagar os custos e o operacional”, diz Rockenback.

Segundo o agrônomo Naildo Lopes, em Nova Mutum chegou-se a registrar áreas com 20 a 25 dias sem chuva, o que afetará no momento da formação das vagens.

“Dá dó de ver. Eu diria que hoje na média se pegar a nossa região nós temos no mínimo 5% de perda no geral. Então, se você pegar em torno de 500 mil hectares, podemos dizer que em cerca de 25 mil hectares não teremos nada de colheita”, comenta Lopes.

 

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