Mato Grosso

Rodovia pedagiada e sem reparos é alvo de críticas em Mato Grosso

Além das despesas com dois pedágios, os motoristas e agricultores também reclamam do descaso logístico da concessionária responsável.

A rodovia MT-130, que liga os municípios de Primavera do Leste e Paranatinga, tem gerado insatisfação aos motoristas e agricultores que dependem dela. Além das despesas com dois pedágios, eles também reclamam do descaso logístico da concessionária responsável.

A situação de descaso com a MT-130 é destaque do episódio 78 do Patrulheiro Agro desta semana

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Paranatinga, Carlinhos Rodrigues, em alguns trechos da via, os buracos que ocupam praticamente toda a pista, causam atrasos, aumento no custo de manutenção dos veículos e risco de acidentes.

“Quando o pedágio chegou, a gente comentou que seria um mal necessário, porque ao menos teríamos uma pista boa. Mas não é isso que estamos vendo, não é isso que estamos passando. Infelizmente veio acarretar em mais um custo além do que a gente já paga de imposto para ter rodovia, agora paga o pedágio e ainda não tem uma rodovia de qualidade”, expõe Rodrigues.

Já o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, Marcos Bravin, conta que houve perda total de um caminhão por causa dos buracos na rodovia.

“Eu mesmo tive uma perda muito grande que é o caminhão que abastece a máquina. Por causa de um buraco, ele perdeu a direção e bateu contra outro caminhão. Teve perda total”, lamenta Bravin.

Foto: Arquivo pessoal – Marcos Bravin

Danos aos veículos e viagens lentas

Nesta safra, foram cultivados aproximadamente quatrocentos mil hectares de soja em Paranatinga, e com a situação da estrada, o agricultor Dilson Júnior, enfrentou problemas ao fazer o transporte dessa produção.

“Quando chega a safra, ela está sempre em um estado ruim. Parecia que iria dar uma melhorada, só que eles não conseguem manter ela em um nível transitável”, conta o agricultor.

Por conta dos trechos danificados pelos buracos, os motoristas precisam ter atenção redobrada e pisar no freio o tempo todo. Mesmo com os cuidados, de acordo com quem trafega pela rodovia pedagiada, a precariedade causa danos e deixa a viagem mais lenta.

“Sempre estava fazendo com uma hora e vinte, agora está fazendo duas horas. A pista está muito precária, não tem acostamento, é muito morro, não tem uma faixa adicional, você tem que ficar trocando para outra pista. Está complicado”, relata o motorista Antônio Marcos Pereira.

Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Também motorista, Ronivon Pereira revela que chegou a conversar com uma das funcionárias da concessionária que administra a rodovia estadual, mas não obteve nenhuma resposta.

“Esses dias eu falei para a moça do pedágio sobre tapar os buracos. Ela não respondeu nada, ficou só me olhando”, conta decepcionado.

Quem também sofre com o descaso da pista são os animais transportados, como cargas vivas, que muitas vezes chegam ao destino machucados ou até mesmo mortos.

“Arriscamos nossas vidas e as dos animais também. Acaba que às vezes morre animal na estrada ou se machuca”, frisa o motorista Elimar Santos.

Problemas são confirmados pelo Governo de MT

Em nota, a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT), responsável por fiscalizar as rodovias estaduais, confirmou a existência de “patologias” no pavimento da rodovia administrada pela Concessionária Rota dos Grãos S.A., durante fiscalização presencial realizada nos dias 01 e 02 de março.

A Ager-MT revela ter notificado a empresa e aberto processo administrativo e que aguarda resposta da concessionária.

 

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*Sob supervisão de Viviane Petroli